Por que o licor é considerado um digestivo?
Porque a maioria dos licores possui em sua fórmula ingredientes que ajudam na digestão, como frutas, ervas e flores. “A regra é essa: se os princípios ativos dos componentes da bebida forem digestivos, ela também será. Os famosos licores de flor de laranjeira, do tipo Cointreau, por exemplo, devem seu efeito às propriedades da planta”, […]
Porque a maioria dos licores possui em sua fórmula ingredientes que ajudam na digestão, como frutas, ervas e flores. “A regra é essa: se os princípios ativos dos componentes da bebida forem digestivos, ela também será. Os famosos licores de flor de laranjeira, do tipo Cointreau, por exemplo, devem seu efeito às propriedades da planta”, afirma o engenheiro agrônomo Fernando Valadares Novaes, da Universidade de São Paulo (USP). Na mistura que compõe o licor, o álcool ajuda a extrair a cor, o cheiro e o sabor da matéria-prima da bebida, mas, sozinho, não auxilia na digestão. “Ingerir pequenas doses de álcool não influencia a velocidade ou a qualidade da digestão. Na verdade, grandes quantidades fazem justamente o inverso, dificultando o processo, porque distendem o estômago e alteram seu nível de acidez, diminuindo a capacidade digestiva”, diz o gastroenterologista Joaquim Prado de Moraes, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Mesmo assim, o costume de tomar licor após as refeições sobrevive há cinco séculos, provavelmente apoiado na fama mística que cerca a bebida desde que ela foi comercializada pela primeira vez, na Idade Média. Desde então, o licor já foi usado como remédio, tônico e afrodisíaco.