Por que alguns atletas têm mortes fulminantes?
Eles estão sujeitos a mortes súbitas na mesma freqüência que indivíduos comuns e sedentários. Para isso, basta o atleta ter predisposição ou uma doença crônica. “Como são pessoas públicas, eles são mais observados que um cidadão comum e o caso se torna maior. Mas mortes súbitas sempre aconteceram, não estão aumentando”, diz o fisiologista Turíbio […]
Eles estão sujeitos a mortes súbitas na mesma freqüência que indivíduos comuns e sedentários. Para isso, basta o atleta ter predisposição ou uma doença crônica. “Como são pessoas públicas, eles são mais observados que um cidadão comum e o caso se torna maior. Mas mortes súbitas sempre aconteceram, não estão aumentando”, diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros Neto, da Unifesp. Calcula-se que no Brasil, a cada ano, cerca de 160 mil pessoas sejam vítimas de mortes fulminantes. Só que isso não rende muita notícia. Mas basta a vítima ser um atleta mais conhecido, como o jogador de futebol camaronês Marc Vivian Foe, para o caso ganhar os jornais. É bom lembrar, porém, que algumas características do dia-a-dia dos atletas são fatores agravantes. A hipertermia, ou seja, o aquecimento excessivo do corpo, especialmente em dias de calor e alta umidade do ar, é um deles. Outro é o possível uso de anabolizantes, pois o usuário tende a ter um aumento no nível de colesterol, o que compromete as funções cardíacas. Por falar nisso, ao contrário do que se pensa, essas mortes repentinas não são sempre relacionadas ao coração. Também podem acontecer óbitos fulminantes ligados a problemas pulmonares ou neurológicos. Para evitar novos sustos, os médicos recomendam, além de exames preventivos mais rigorosos, que os estádios e ginásios passem a contar com mais recursos, como aparelhos adequados para ressuscitação.
Quatro casos de óbitos ligados ao futebol apenas nos últimos 11 meses
Quem morreu: Marc Vivian Foe, da Seleção de Camarões, em junho de 2003
O que aconteceu: Na partida Camarões 1 x 0 Colômbia, transmitida ao vivo para o mundo todo, Foe, de 28 anos, caiu inconsciente. Há dúvidas se ele teve uma parada cardíaca ou se morreu por um problema neurológico
Quem morreu: Maximiliano Ferreira, do Botafogo (SP), em julho de 2003
O que aconteceu: Num treino pela equipe de Ribeirão Preto, o zagueiro de 21 anos reclamou de tontura, caiu e teve uma convulsão. Acredita-se que um aneurisma (dilatação de uma artéria ou veia) tenha gerado uma parada cardíaca
Quem morreu: Miklos Fehér, do Benfica (Portugal), em janeiro de 2004
O que aconteceu: O atacante húngaro de 24 anos entrou no segundo tempo do jogo Benfica 1 x 0 Vitória. Após receber um cartão amarelo, caiu. Os médicos têm duas hipóteses: má-formação cardíaca ou problemas pulmonares
Quem morreu: Daniel Uribe, do Alfonso Ugarte (Peru), em março de 2004
O que aconteceu: Na partida do seu time contra o Alianza Quetepampa, o goleiro de 17 anos aquecia perto do gol quando desmaiou. Médicos fizeram os primeiros socorros, levaram Daniel para o hospital, mas não adiantou. Foi diagnosticado um infarto