Por que a ginástica artística é conhecida no Brasil como ginástica olímpica?
Na verdade, Daiane, o esporte em que você arrebenta é chamado de diversas formas no mundo inteiro. “Ele sempre teve muitos nomes: ginástica em aparelhos, ginástica de aparelhos e solo, ginástica desportiva, ginástica olímpica…”, diz Nestor Soares Publio, ex-presidente da Federação Paulista de Ginástica e autor do livro Evolução Histórica da Ginástica Olímpica. Mas a […]
Na verdade, Daiane, o esporte em que você arrebenta é chamado de diversas formas no mundo inteiro. “Ele sempre teve muitos nomes: ginástica em aparelhos, ginástica de aparelhos e solo, ginástica desportiva, ginástica olímpica…”, diz Nestor Soares Publio, ex-presidente da Federação Paulista de Ginástica e autor do livro Evolução Histórica da Ginástica Olímpica. Mas a essência de sua dúvida, Daiane, está na, digamos, oficialidade do nome, né?
Pois bem, tudo começou em 1881, com a criação da Federação Internacional de Ginástica (FIG) em Bruxelas, na Bélgica. A primeira língua oficial da entidade foi o francês, idioma em que o esporte acabou sendo batizado como gymnastique artistique, ou seja, “ginástica artística”. E assim ele passou a ser tratado nas Olimpíadas.
No Brasil, a modalidade chegou ainda no século 19, trazida por imigrantes alemães. Nessa época, ela tinha o nome genérico de “ginástica”. Em meados do século 20, o esporte começou a se tornar mais conhecido no país por influência dos Jogos Olímpicos. Aí foi inevitável ele se espalhar com o nome de “ginástica olímpica”, pois era justamente durante os Jogos que ganhava destaque. Em 1978, o nome popular acabou oficializado no estatuto da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e assim permanece até hoje. “Ele poderá ser mudado, mas isso exige a aprovação em assembléia-geral dos filiados da CBG, o que já foi tentado pelo menos em duas oportunidades”, afirma Nestor.
Apesar do insucesso até agora,a tendência é que a unificação da nomenclatura acabe mesmo ocorrendo. “Hoje, com mais pessoas tratando-a como ginástica artística, acho que seria mais fácil mudar o nome”, diz Eliane Martins, supervisora das seleções da CBG.
Mas não se preocupe com toda essa confusão, Daiane. Seja ginástica olímpica, seja artística, estaremos todos torcendo para você faturar uma medalha em Atenas!