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O que é o protocolo de Kyoto?

Por Suzana Paquete
Atualizado em 22 fev 2024, 11h15 - Publicado em 18 abr 2011, 18h48
Ursos Polares

É um acordo internacional para controlar o aumento da temperatura do planeta, o “efeito estufa” causado pela poluição. Proposto em 1997 na cidade japonesa de Kyoto, o protocolo prevê que os países ricos reduzam as emissões de gases causadores do aquecimento global.

• Quais gases devem ser controlados?

O metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), três gases flúor – o hidrofluorcarbono (HFC), o perfluorcarbono (PFC) e o hexafluor sulfúrico (SF6) – e principalmente o gás carbônico (CO2). Liberado por carros ou indústrias que usam carvão ou petróleo como combustível, o CO2 é o principal causador do efeito estufa.

• Qual a redução prevista?

Depende. O grupo de países em desenvolvimento (que inclui o Brasil) não precisa reduzir nada – pelo menos nos próximos anos. Já as 34 nações desenvolvidas devem reduzir, em média, 5% das emissões de gases nocivos em relação a 1990, ano do início das discussões sobre o aquecimento global. O prazo para atingir a meta é o ano de 2012.

• O protocolo já está valendo?

Sim. Graças à adesão da Rússia, no final de 2004, o acordo conseguiu o número mínimo de signatários. O grande vilão da história são os Estados Unidos. Maiores “porcalhões” planetários, os americanos desistiram do acordo em 2001, alegando que ele frearia o crescimento econômico.

• Qual a punição para quem continuar poluindo?

Ninguém definiu ainda. As penas para quem não atingir as metas devem ser decididas em breve.

• E o Brasil nessa história?

Nosso país pode se dar bem. Tudo porque se um país não conseguir diminuir suas emissões, pode compensar investindo em projetos ambientais em outros países. Esse é o trunfo do Brasil. Com a grana de outros países, o Brasil poderá recuperar florestas, que ajudam a retirar o CO2 da atmosfera.

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Sujeira americana Campeão em emissão de CO2 recusa-se a aceitar o acordo

Países que mais emitem CO2 no mundo*

Estados Unidos – 24,2%

China – 14,7%

Rússia – 6,5%

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Japão – 5,1%

Índia – 4,2%

Alemanha – 3,5%

Reino Unido – 2,3%

Canadá – 2,2%

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Coréia – 1,9%

Itália – 1,8%

México – 1,6%

A justificativa americana para abandonar o acordo é que ele exigiria muita grana para reduzir a poluição — ou na forma de investimentos em filtros e energia limpa ou com a diminuição da atividade das indústrias. No ranking da sujeira, o Brasil ocupa o 16º lugar, com 1,3% das emissões

*Excluída a União Européia (UE). Consideramos separadamente o nível de emissão de cada país-membro da UE

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Fonte: World Resources Institute

Países que mais diminuíram emissões de CO2 desde 1990

Lituânia – 66%

Letônia – 63%

Bulgária – 56%

Estônia- 55%

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Romênia- 48%

Ucrânia- 47%

Belarus- 44%

Rússia – 38%

Polônia – 32%

Hungria – 31%

Os campeões da redução de CO2 são todos países ex-comunistas. A emissão de gás carbônico diminuiu com a queda da atividade industrial por causa da crise econômica. Não foi mérito de nenhum programa ambiental

Países que mais aumentaram emissões de CO2 desde 1990

Espanha – 40%

Portugal – 40%

Mônaco – 32%

Irlanda – 29%

Grécia – 26%

Austrália – 22%

Nova Zelândia – 21%

Canadá – 20%

EUA – 13%

Japão – 12%

Entre os maiores “porcalhões” dos últimos 15 anos, Austrália, Mônaco e Estados Unidos estão fora do protocolo. Espanha e Portugal atrapalham a ambiciosa meta da União Européia, que quer reduzir em 8% suas emissões de CO2 até 2012

Fonte: United Nations Frameworks Convention on Climate Change

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