É verdade que existiu outra letra para o hino nacional?
Sim! O música do hino foi composta pelo maestro Francisco Manuel da Silva para comemorar a abdicação de Dom Pedro I do trono do Brasil, em 1831. Para esses festejos, a música – inicialmente chamada “Hino Sete de Abril” (data da renúncia) – recebeu uma letra escrita pelo desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho. No livro […]
Sim! O música do hino foi composta pelo maestro Francisco Manuel da Silva para comemorar a abdicação de Dom Pedro I do trono do Brasil, em 1831. Para esses festejos, a música – inicialmente chamada “Hino Sete de Abril” (data da renúncia) – recebeu uma letra escrita pelo desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho. No livro Hinos e Cantos Escolares, de 1949, o historiador João Baptista Julião apresenta a letra de Saraiva de Carvalho e uma outra, de autor desconhecido, que teria sido preparada para comemorar a coroação de Dom Pedro II, no dia 23 de julho de 1840. Enquanto a letra de Saraiva de Carvalho atacava os colonizadores lusitanos, a do autor ignorado celebrava as virtudes do filho de nosso primeiro imperador. Com a Proclamação da República, em 1889, o governo promoveu um concurso para escolher uma nova música para o Hino Nacional. A composição vencedora foi a do maestro Leopoldo Miguez.
O presidente Marechal Deodoro da Fonseca resolveu, porém, ignorar o resultado: “Ainda prefiro o velho”, afirmou Deodoro, manifestando sua predileção pela música de Francisco Manuel da Silva. Em 1890, a composição de Miguez ganhou um prêmio de consolação: foi oficializada como o Hino de Proclamação da República. Depois, em 1909, o poeta fluminense Osório Duque Estrada escreveu a primeira versão da letra atual do Hino Nacional, finalizando-a em 1916.
Já a composição musical, exatamente a mesma de 1831, só foi oficializada em 1922, no centenário da Independência.
Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam;
Os monstros que o escravizavam
Já entre nós não vicejam.
Arranquem-se aos nossos filhos
Nomes, e idéias dos lusos…
Monstros que sempre em traições
Nos envolveram confusos.
(estribilho)
Da Pátria o grito
Eis que se desata;
Desde o Amazonas
Até o Prata
Ferrões e grilhões e forcas
D’antemão se preparavam;
Mil planos de proscrição
As mãos dos monstros gizavam