Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

É verdade que existiu outra letra para o hino nacional?

Sim! O música do hino foi composta pelo maestro Francisco Manuel da Silva para comemorar a abdicação de Dom Pedro I do trono do Brasil, em 1831. Para esses festejos, a música – inicialmente chamada “Hino Sete de Abril” (data da renúncia) – recebeu uma letra escrita pelo desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho. No livro […]

Por Redação Mundo Estranho
Atualizado em 22 fev 2024, 10h58 - Publicado em 18 abr 2011, 18h56

Sim! O música do hino foi composta pelo maestro Francisco Manuel da Silva para comemorar a abdicação de Dom Pedro I do trono do Brasil, em 1831. Para esses festejos, a música – inicialmente chamada “Hino Sete de Abril” (data da renúncia) – recebeu uma letra escrita pelo desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho. No livro Hinos e Cantos Escolares, de 1949, o historiador João Baptista Julião apresenta a letra de Saraiva de Carvalho e uma outra, de autor desconhecido, que teria sido preparada para comemorar a coroação de Dom Pedro II, no dia 23 de julho de 1840. Enquanto a letra de Saraiva de Carvalho atacava os colonizadores lusitanos, a do autor ignorado celebrava as virtudes do filho de nosso primeiro imperador. Com a Proclamação da República, em 1889, o governo promoveu um concurso para escolher uma nova música para o Hino Nacional. A composição vencedora foi a do maestro Leopoldo Miguez.

O presidente Marechal Deodoro da Fonseca resolveu, porém, ignorar o resultado: “Ainda prefiro o velho”, afirmou Deodoro, manifestando sua predileção pela música de Francisco Manuel da Silva. Em 1890, a composição de Miguez ganhou um prêmio de consolação: foi oficializada como o Hino de Proclamação da República. Depois, em 1909, o poeta fluminense Osório Duque Estrada escreveu a primeira versão da letra atual do Hino Nacional, finalizando-a em 1916.

Já a composição musical, exatamente a mesma de 1831, só foi oficializada em 1922, no centenário da Independência.

Trecho da letra de Ovídio Saraiva de Carvalho (1831)

Os bronzes da tirania

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Já no Brasil não rouquejam;

Os monstros que o escravizavam

Já entre nós não vicejam.

Arranquem-se aos nossos filhos

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Nomes, e idéias dos lusos…

Monstros que sempre em traições

Nos envolveram confusos.

(estribilho)

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Da Pátria o grito

Eis que se desata;

Desde o Amazonas

Até o Prata

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Ferrões e grilhões e forcas

D’antemão se preparavam;

Mil planos de proscrição

As mãos dos monstros gizavam

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