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É verdade que a bateria de um celular novo precisa ser usada até o fim antes da recarga?

Nem todas. Só as baterias do tipo “NiCd”, feitas com compostos químicos baseados nos elementos níquel e cádmio. Elas sofrem de um problema chamado “efeito memória”, que reduz a capacidade de uso da bateria. Antes de explicar a treta, vamos ao básico do funcionamento de um celular. Primeiro de tudo: a corrente elétrica que alimenta […]

Por Fernando Badô
Atualizado em 22 fev 2024, 11h19 - Publicado em 18 abr 2011, 18h47

Nem todas. Só as baterias do tipo “NiCd”, feitas com compostos químicos baseados nos elementos níquel e cádmio. Elas sofrem de um problema chamado “efeito memória”, que reduz a capacidade de uso da bateria. Antes de explicar a treta, vamos ao básico do funcionamento de um celular. Primeiro de tudo: a corrente elétrica que alimenta o aparelho é gerada pela reação dos elementos químicos na bateria. Quando a gente usa toda a carga da bateria, isso equivale a dizer que todas as reações químicas que a bateria poderia realizar para gerar corrente já rolaram. Quando a descarga não é completa, sobra algum resíduo capaz de fazer reações químicas, certo? Aí é que mora o problema: os recarregadores de bateria NiCd ignoram esse resíduo de carga e fazem uma recarga meia-boca. A carga residual original fica lá, esquecida – ela nunca é usada porque o celular não se lembra de que ela existe. Por isso, a primeira recarga deve ser longa para que o carregador realize a maior quantidade de reações químicas possíveis e memorize qual é a capacidade máxima da bateria. Você não fez isso? Não precisa ficar tenso! Para que role o indesejável “efeito memória”, você precisa fazer uma recarga parcial várias vezes com a bateria nova. Baterias mais modernas, feitas de lítio-íon (Li-on) ou de níquel-metal-hidreto (NiMH), não sofrem com o efeito memória. Mesmo assim, vale dizer que qualquer bateria tem certo período de duração, que é medido pela quantidade de ciclos de recarga (em média, uma bateria resiste a 500 recargas). Cada vez que você recarrega a bateria, esteja ela esgotada ou não, um ciclo é computado. Por isso, fabricantes recomendam que a bateria só seja recarregada quando estiver vazia, mesmo nos modelos não afetados pelo efeito memória.

Energia limitada
Problema atinge baterias antigas, feitas de níquel e cádmio

1 – Como uma bateria fornece energia? Basicamente, ela faz reações químicas para gerar corrente elétrica na forma de elétrons(esses bichinhos que você vê na figura ao lado). No funcionamento normal de um celular, os elétrons viajam do pólo negativo da bateria, alimentam o aparelho, e voltam à bateria pelo pólo positivo

2 – Quando todos os elétrons gerados pela bateria já viajaram do pólo negativo ao positivo, é hora de fazer a recarga. Na recarga completa, o carregador força a passagem dos elétrons de volta para o pólo negativo. Numa comparação, é como se eles estivessem “cansados” e, com a regarga, ficassem “animados”, prontos para alimentar o celular

3 – O problema acontece quando uma bateria nova não é usada por completo: a descarga incompleta. Se isso rolar, ainda vai sobrar um restinho de carga (ou seja, alguns elétrons) no pólo negativo, que ainda poderia ser usado – mas não é. Na nossa comparação, é como se o resíduo ficasse “dormindo”

4 – Se o usuário recarrega a bateria depois de uma descarga incompleta, ocorre uma recarga incompleta: o recarregador “esquece” a carga residual (os elétrons dorminhocos) e só fornece ao aparelho os elétrons forçados do pólo positivo ao negativo. É o chamado “efeito memória”, que limita a capacidade da bateria

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