Teoricamente, é possível, sim, porém arriscadíssimo. Há casos de mulheres sem útero que engravidaram, mas em geral elas perderam o bebê. O homem submetido a essa estranha experiência também teria dificuldades de sobreviver. O que não seria problema é a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, que poderia ser feita num laboratório. Depois, o embrião seria transferido para um espaço na região abdominal entre vários órgãos do futuro papai. Para aumentar as chances de crescimento do feto, o ideal seria escolher um homem castrado, porque ele produziria pouca testosterona, hormônio masculino que é inadequado para o bebê. O “grávido” teria ainda que receber uma alta dose de hormônios femininos. Mesmo nessas condições, o parto seria perigoso. “A placenta provavelmente se fixaria no rim, fígado ou outro órgão abdominal e a hemorragia na hora da cesariana poderia ser fatal”, diz o ginecologista Abner Lobão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A criança também correria sérios riscos de morte, pois poderia ter deformações físicas gravíssimas, além de grandes chances de apresentar problemas pulmonares e de desenvolvimento.
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