Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Dependentes químicos devem ser internados contra sua vontade?

Desde 2001, a lei brasileira prevê que, quando apresentam risco à sua vida ou à de outros, usuários de drogas precisam de internação. Você concorda?

Por Débora Zanelato
Atualizado em 22 fev 2024, 10h15 - Publicado em 5 abr 2017, 13h35

Desde 2001, a lei brasileira prevê que, quando apresentam risco à sua vida ou à de outros, usuários de drogas precisam de internação, mesmo sem concordar com isso. E você? Acha que essa é a melhor forma para iniciar um tratamento? Para se posicionar nesse debate, confira quatro argumentos a favor e quatro contra.

 

Sim

  • Tanto a internação involuntária (feita a pedido de terceiros, como um familiar) quanto a compulsória (solicitada pela Justiça) são apenas para casos com risco de morte. “Isso não viola os direitos de ir e vir, mas protege o dependente e a sociedade”, afirma Eloisa Arruda, secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania de SP.
  • Durante o chamado “surto psicótico”, em que a pessoa não consegue pensar racionalmente por causa dos efeitos da droga, há pouco espaço para diálogo. O usuário simplesmente não consegue procurar ajuda sozinho. E o auxílio acaba servindo também para tratar outros males ligados ao vício, como tuberculose, DSTs e desnutrição.
  • Pela lei, além de tratar a saúde, a internação também cuida da reinserção social do dependente. “Uma equipe trabalha para oferecer perspectiva: recuperar laços familiares perdidos, dar qualificação profissional e encaminhar para um emprego”, afirma Rodrigo Garcia, secretário de Desenvolvimento Social do estado de SP.
  • A internação forçada apenas faz jus à função do governo de zelar pelo bem da coletividade. Uma pessoa que, sob efeito da droga, passa a ter um comportamento agressivo e imprevisível se torna um risco não só para si mesma mas também à sociedade.

 

  • Relacionadas

Não

  • A internação em massa pode hostilizar os dependentes. Voluntários que trabalham com viciados moradores de rua temem que esses programas acabem minando a confiança entre eles e os agentes de saúde. Alguns especialistas também defendem que a medida pode ser interpretada como uma “higienização das ruas”;
  • Se o dependente for mal diagnosticado, a internação pode ser interpretada como cárcere privado. A pessoa pode até entrar com ação na Justiça. De acordo com a Secretaria da Saúde de São Paulo, só 30 dos 2 mil moradores da Cracolândia (área no centro da cidade que agregava usuários de crack) passavam no critério para internação sem consentimento.
  • Especialistas defendem que a internação à força não garante resultados. Segundo Dartiu Silveira, psiquiatra do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, o sucesso desse tipo de medida é de menos de 10%. “Uma internação é um espaço fora da realidade, distante daquilo que ele vai encontrar quando voltar para a rua”, diz.
  • O governo conseguiria melhores resultados se investisse em programas de longo prazo, que auxiliem a pessoa não só na parte médica mas também com moradia e emprego. É necessário ainda acompanhamento psicológico, evitando recaídas no tratamento.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.