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Como seria um apocalipse zumbi no Brasil? Parte 3: Militares

A ME conversou com especialistas para tentar imaginar, da maneira mais realista possível, como nosso país reagiria a um levante dos mortos-vivos

Por José Eduardo Coutelle
Atualizado em 22 fev 2024, 10h19 - Publicado em 3 dez 2016, 11h04
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(Rainer Petter)

ILUSTRA Rainer Petter

 

ESSA É A TERCEIRA PARTE DA MATÉRIA DE CAPA APOCALIPSE ZUMBI NO BRASIL. CONFIRA AS OUTRAS:
– Parte 1: Saúde
– Parte 2: Política
– Parte 4: População Civil
– Parte 5: Fuga e Reconstrução

 

 

O TAMANHO (E O PODERIO) DAS NOSSAS FORÇAS ARMADAS

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16. Falta modernizar

As Forças Armadas têm um efetivo com cerca de 340 mil homens, o maior da América Latina. Porém, dos R$ 81,9 bilhões no orçamento de 2015, apenas uma pequena fatia, de R$ 7,2 bilhões, foi destinada a investimentos – o que é fundamental para a modernização dos equipamentos. Grande parte da frota da Marinha, por exemplo, é ultrapassada, adquirida há mais de 30 anos.

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17. Tiro de festim

No Exército, a mesma situação: inúmeros tanques obsoletos ou em processo de modernização. Há planos para substituir os mais de 200 mil fuzis belgas FAL, da década de 60, mas até agora só foram adquiridas 20 mil unidades do novo modelo, o IA2. Para piorar, generais da reserva declararam recentemente que o Brasil não teria munição para suportar nem duas horas de combate.

 

18. Nossos hermanos

Não bastasse a falta de recursos, o Brasil ainda teria acordos a honrar com parceiros, como os do Mercosul. Nosso poderio militar (o 15º maior do mundo, segundo relatório da Global Fire Power) está acima do da Argentina (35º) e do Uruguai (105º). Os EUA, um dos nossos principais parceiros econômicos e políticos, provavelmente estariam ocupados demais para nos ajudar.

 

19. Call of Duty real

O Exército tem pouca experiência em guerras regulares (a última foi a 2ª Guerra Mundial). Por outro lado, integrou as Forças de Paz da ONU em diversas iniciativas, como a da manutenção da paz no Haiti, desde 2004. Isso rendeu uma boa expertise em combates urbanos – exatamente o tipo de estratégia necessário para lidar com hordas de mortos-vivos.

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20. 190 urgente

Os 543 mil homens das Polícias Militar e Civil teriam papel essencial não apenas na briga com os mortos mas também para conter a violência entre os vivos. Somos uma potência agrícola, mas o escoamento da produção dependeria de estradas de rodagem, que ficariam intransitáveis. Logo, cidades estariam desabastecidas e saques e roubos virariam rotina.

 

21. Do mesmo lado da lei

Não há dados exatos sobre quantas armas de fogo circulam pelo país, mas uma pesquisa do grupo Viva Rio sugere algo próximo a 17 milhões de unidades. Em tempos de crise, surgiria uma improvável aliança: teríamos que contar com a ajuda do crime organizado, cujo arsenal estimado (3,8 milhões) é muito superior ao das autoridades (1,7 milhão).

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+ Confira a quarta parte desta matéria

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CONSULTORIA Rodrigo Stumpf Gonzalez, professor do Departamento de Ciência Política da UFRGS

FONTES Artigos A Crise e a Saúde Pública, de José Luiz Spigolon, As Medidas de Quarentena Humana na Saúde Pública: Aspectos Bioéticos, de Iris Almeida dos Santos e Wanderson Flor do Nascimento, You Can Run, You Can Hide: The Epidemiology and Statistical Mechanics of Zombies, de Alexander Alemi, Matthew Bierbaum, Christopher Myers e James Sethna; livros Guerra Mundial Z: Uma História Oral da Guerra dos Zumbis e O Guia de Sobrevivência a Zumbis, ambos de Max Brooks; documentários The Truth Behind Zombies, do National Geographic, e Zombies: A Living History, do History Channel; relatórios Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio 2012 e Atlas da Violência 2016, ambos do Ipea, Execução Orçamentária, do Ministério da Defesa, Small Arms Holdings in Brazil: Toward a Comprehensive Mapping of Guns and Their Owners, de Pablo Dreyfus e Marcelo de Sousa Nascimento; sites IBGE, CNT, Denatran, Conselho Federal de Medicina, Abraciclo, Centers of Disease Control, Military Power, Global Firepower, Zombie Research Society e Defesa Net

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