O padrão de segurança máxima segue o que foi criado em presídios americanos conhecidos como Supermax, cuja regra principal é manter os presos isolados em celas individuais e à prova de fugas.Mas há uma diferença fundamental entre os Supermax americanos e os nossos: lá eles servem para cumprimento de pena, enquanto aqui o preso só pode passar uma temporada (no máximo, dois anos) nessas instituições. É o que acontecerá com os 12 líderes do tráfico carioca transferidos no mês passado para o presídio federal de Catanduvas (PR), que, assim como o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (SP) e a Penitenciária Estadual de Piraquara (PR), segue o padrão Supermax. Depois de participarem da onda de crimes no final de 2006, os chefões cariocas, apesar de já estarem detidos, ganharam o status de presos de alta periculosidade e partiram para uma temporada sob o regime especial de Catanduvas. Para mantê-los incomunicáveis e evitar que ordenem novos ataques, eles passarão 22 horas diárias trancafiados em celas individuais, sob vigilância pesada: em Catanduvas há 250 agentes, com salário superior a 4 mil reais, para monitorar no máximo 208 detentos.
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Masmorra hi-tech A fórmula da segurança máxima é uma soma de aparatos tecnológicos e concreto em abundância
AMARGO LAR
As celas são individuais, têm cerca de 7 metros quadrados e possuem uma cama, uma pia, um sanitário, uma mesa com banquinho – todos de concreto – e um chuveiro. Esta é a paisagem encarada pelo detento durante 22 ou 23 horas diárias (alguns presídios são mais rigorosos do que outros)
ENTRADA RESTRITA
Não é qualquer pessoa que pode visitar um “morador” de um presídio de segurança máxima. Só parentes diretos têm esse direito e, mesmo assim, precisam fazer um cadastro e ter sua vida vasculhada antes de ter a visita liberada. No Brasil, alguns presídios permitem visita íntima para detentos com bom comportamento
CHAPA QUENTE
Com os materiais a que os presos têm acesso, cavar um túnel é uma missão quase impossível. Mas, por via das dúvidas, todo o terreno é coberto por uma camada de concreto de 1 metro e, sob o concreto, há chapas de aço ultra-resistentes
HORA DO RECREIO
O banho de sol acontece neste espaço: um quadradinho vazio cercado por muros de 7 metros conhecido como solário. Para evitar rebeliões durante o “lazer”, grupos de no máximo dez presos saem das celas ao mesmo tempo e o horário do “banho” varia a cada dia
LIGA PRA MIM
O contato entre o preso e seus visitantes – tanto visita pessoal quanto do advogado – acontece no local conhecido como parlatório. Um vidro blindado separa o preso do visitante e o papo acontece obrigatoriamente através de um interfone
SINAL FECHADO
Embora ninguém (nem os agentes) possa entrar no presídio com celulares, nos paredões que circundam o pátio há aparelhos eletrônicos que emitem ondas de freqüência similar à dos celulares, o que deixa sem serviço qualquer aparelho nas imediações
EM CIMA DO MURO
Nas quatro guaritas há agentes armados com fuzis de alto calibre. Eles vigiam o pátio e as imediações externas. Na parte de cima dos paredões de concreto há passarelas pelas quais os agentes ficam circulando
PELO CÉU, NÃO
Para evitar que presos sejam resgatados por helicóptero, como aconteceu em um presídio de Guarulhos em 2002, cabos de aço cruzam o pátio. Os helicópteros que levam presos vindos de outros estados pousam na parte externa, além dos paredões
BIG BROTHER
Câmeras espalhadas nos corredores, nas celas e no pátio servem não só para vigiar os presos mas também o contato entre eles e os agentes. Em Catanduvas, além de serem seguidos por 200 microcâmeras escondidas, os agentes têm todas as conversas gravadas por microfones de lapela