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Como foi o maior assalto realizado no Brasil?

Ele foi tecnicamente um furto, pois não houve contato com as vítimas

Por Yuri Vasconcelos
Atualizado em 16 jul 2018, 13h22 - Publicado em 3 ago 2011, 18h57

O alvo foi a caixa-forte do Banco Central do Brasil em Fortaleza. A quadrilha agiu com precisão e levou R$ 164,7 milhões. O crime (tecnicamente um furto, pois não houve contato com as vítimas) aconteceu em agosto de 2005 e foi tão bem planejado que, mesmo depois de anos, ninguém sabe exatamente o que rolou antes, durante e depois. Até hoje, menos de um terço do valor foi recuperado pela polícia.

PLANO INFALÍVEL

Veja como ocorreu um dos maiores assaltos a banco de todos os tempos

1. Em maio de 2005, três meses antes da ação, os larápios alugam um imóvel a cerca de 80 m do Banco Central. Eles reformam a casa e criam uma empresa de fachada chamada Gramas Sintéticas. Assim, não levantavam suspeitas com a movimentação de terra retirada do túnel cavado até o banco

2. Com conhecimento de engenharia e munidos de mapas dos sistemas subterrâneos de água, esgoto e telefone da região, eles começam a escavação. O túnel, com quase 80 m de comprimento e 70 cm de largura, foi construído a 4 m de profundidade e levou três meses para ficar pronto. Para evitar desabamentos, o túnel foi escorado com vigas de madeira e revestido de lonas de plástico. Tinha até iluminação e ventiladores

3. Entre os dias 5 e 6 de agosto (entre sexta-feira e sábado), com o banco fechado, os ladrões perfuraram o piso da caixaforte, que ficava no térreo. Tinha 1,10 m de espessura e era reforçado com aço e concreto. Para não fazer barulho, eles usaram furadeiras, serras elétricas, maçaricos e alicates no lugar de explosivos. Onze pessoas participaram diretamente do furto. Mas, segundo a polícia, o número de envolvidos chegou a quase 40, incluindo suspeitos que trabalhavam no banco

4. Somente quatro bandidos da quadrilha entraram no cofre. Lá dentro, eles bloquearam as três câmeras do circuito interno de vigilância com empilhadeiras e conseguiram roubar mais de R$ 164 milhões. Detalhe: eles agruparam blocos contendodezenas de cédulas de 50 reais

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5. A grana toda foi colocada em sacos de cereais, sendo que os mais pesados eram levados pelo túnel com a ajuda de um sistema de roldanas.

Em poucas horas, os bandidos transportaram 3,5 toneladas de dinheiro. A polícia estima que o roubo tenha sido concluído entre as 10 horas da manhã e o meio-dia de sábado

6. Como o furto só foi descoberto na segunda-feira, os ladrões tiveram quase dois dias de dianteira para fugir. Para dificultar a ação da polícia, o bando se dividiu em subgrupos, que foram para diferentes lugares. Parte do dinheiro foi enviada em malas para São Paulo e outra em carros transportados por um caminhão-cegonha, que foi flagrado em Minas Gerais

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QUE FIM LEVOU?

Desaparecimentos estranhos colocam a polícia no encalço dos bandidos. Dois meses depois do roubo, uma série de sequestros e mortes envolvendo parentes e acusados do roubo chamou a atenção da polícia. Agentes infiltrados entre os suspeitos descobriram a identidade dos chefes da quadrilha. Com isso, 26 das 36 pessoas envolvidas no assalto acabaram presas, mas apenas R$ 53 milhões foram recuperados.

A polícia também encontrou parte da grana em uma casa abandonada em Natal e em uma residência de Fortaleza.

FONTES Sites G1, Folha, UOL e O Globo

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