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Como era um ritual asteca de sacrifício humano?

Nenhuma outra civilização se dedicou tanto a aprimorar os sacrifícios religiosos quanto os astecas, que viveram na América Central

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 22 fev 2024, 10h26 - Publicado em 5 Maio 2016, 15h05

ILUSTRA Ícaro Yuji

1) Nenhuma outra civilização se dedicou tanto a aprimorar os sacrifícios religiosos quanto os astecas, que viveram na América Central. Para eles, os deuses se sacrificavam todos os dias para manter o mundo funcionando. Em agradecimento, e para garantir que o planeta continuasse inteiro, eles matavam pessoas – em grandes quantidades e de modo violento

2) Os templos eram construídos para facilitar o processo. As pirâmides tinham uma área plana de pedra, no alto, onde as pessoas eram mortas, e canaletas na lateral das escadas para o sangue correr rumo aos espectadores. Geralmente, além de pessoas, eram sacrificados no mesmo dia muitos coelhos, jaguares, águias e cachorros

3) O ritual era acompanhado por toda a população da cidade, que ficava num frenesi com gritos e danças hipnóticas, estimuladas por músicas e uma bebida feita a base de cipó. Por conta própria, muitas ofereciam como sacrifício partes do próprio corpo: aos pés do templo, arrancavam orelhas, línguas, dedos dos pés ou das mãos ou genitais

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4) Em um dos sacrifícios mais usados (especialmente para agradar Huitzilopochtli, deus da guerra), quatro sacerdotes seguravam um guerreiro asteca ou um prisioneiro de guerra deitado sobre um altar. Um sacerdote-chefe abria a barriga dele, inseria a mão pelas vísceras e arrancava o coração

5) As vítimas variavam de acordo com o deus agradado. Para Tlaloc, da chuva e da plantação, eram afogadas crianças chorando. Teteoinnan, deusa mãe da Terra, se alimentava de mulheres jovens, cuja pele era retirada enquanto ainda estavam vivas. Ao longo do ano, havia 18 datas para os rituais – uma para cada mês do calendário

6) O coração era guardado: após o ritual, ele era colocado nas mãos de uma estátua de Huitzilopochtli, no centro da cidade. O resto do corpo era lançado escada abaixo, e recolhido no chão para ser despedaçado e distribuído. Órgãos como o pulmão, considerados partes da própria divindade, eram comidos. Outros eram usados como souvenires – os astecas vestiam a pele e carregavam o crânio em certas festas religiosas

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CONSULTORIAWalter Burkert, professor de antiguidade clássica da Universidade de Zurique, Patricia Smith, antropóloga da Hebrew University, Miranda Aldhouse-Green, arqueóloga e professora da Universidade Cardiff, Jonathan Tubb, arqueólogo do British Museum, Jan Bremmer, professor de ciência da religião da Universidade de Groningen

FONTESLivrosCity of Sacrifice, de David Carrasco,Dying for the Gods, de Miranda Green Sutton,The Highest Altar, de Patrick Tierney, eJapanese Death Poems, de Yoel Hoffmann, e filmeO Homem de Palha, de Robin Hardy

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