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Como era o treinamento de um guerreiro viking?

No combate corpo a corpo, os guerreiros davam preferência a morder o pescoço do inimigo até romper alguma artéria

Por Tiago Cordeiro
Atualizado em 22 fev 2024, 10h46 - Publicado em 25 jun 2012, 13h26

Não tinha professor nem hierarquia. Hábeis no plantio, na pesca e na navegação, os vikings aprendiam a bater e a apanhar em casa – brigando com irmãos e primos – e nas invasões e saques que eles realizavam durante suas expedições navais, nos séculos 9 e 11. “Os vikings viviam espalhados pelo atual território ocupado por Dinamarca, Noruega e Suécia e demoraram mais do que o resto da Europa Ocidental para aceitar a fé cristã. Podiam ser pacíficos em casa, mas fora de seu território agiam com brutalidade”, afirma Rudolf Simek, historiador da Universidade de Bonn. No auge de seu poderio militar e comercial, invadiram a França e a Ucrânia, colonizaram a Islândia e territórios na Inglaterra, fizeram negócios em Bagdá, descobriram a Groenlândia e chegaram à América do Norte! Confira abaixo como era o treinamento.

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Vocação de berço
Antes de andar, os bebês ganhavam espadas e machados de madeira para brincar. As crianças eram estimuladas a resolver os problemas no braço (sempre com um adulto por perto) e aprendiam a manejar armas em casa, com os pais e vários irmãos – frutos da sociedade poligâmica em que viviam.

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A invasão
Durante as excursões a territórios inimigos, o ataque era tão importante quanto a retirada. O objetivo dos vikings não era matar, mas sim saquear a maior quantidade de bens possível – só morria quem tentava impedir. Os aprendizes viravam guerreiros conforme acumulavam expedições no currículo.

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Lição de casa
Os adolescentes participavam das viagens de invasão para provar sua bravura, mesmo quando ainda mal conseguiam levantar a espada de seus pais (que chegava a pesar 30 kg). Era comum que eles ganhassem o direito a portar um machado se conseguissem arrebentar a cabeça de um inimigo.

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Jogo sujo
Nas lutas, o viking era desleal. A espada costumava mirar as pernas, para imobilizar rapidamente o adversário, ou o pescoço. Caso fosse necessário o combate corpo a corpo, os guerreiros davam preferência a morder o pescoço do inimigo até romper alguma artéria.

O EQUIPAMENTO
Aparato era simples e eficiente para combates corpo a corpo e a longa distância

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1) O ESCUDO: Tinha 75 cm de diâmetro. A espada era usada em golpes duplos: primeiro de um lado do inimigo, para desequilibrá-lo. Depois, no rosto ou na perna oposta.

2) O CAPACETE: Era feito de ferro, tinha formato cônico e proteção para o nariz. Os chifres não passam de uma lenda, criada para difundir a versão de que os vikings eram demoníacos.

3) O UNIFORME: Composto por uma cota de malha (alguns a trocavam por uma jaqueta de couro), uma túnica e um manto feitos de lã. O manto era preso por um broche de prata.

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4) O MACHADO: Muitas vezes, o viking abandonava o escudo e lutava, a média distância, com espada e machado. Para atingir alguém ainda mais longe, usava a lança, mas sem abandonar o escudo.

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HIERARQUIA ZERO
No exército viking não havia chefes nem subordinados

– Aprendiz: após brigar com irmãos e primos na infância, ingressa nas expedições de saque. Quem sobrevivia até os 20 anos certamente já tinha matado vários inimigos.

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– Guerreiro: podia ser um profissional das expedições, um nobre ou um cidadão comum. No campo de batalha, todos se comportavam como iguais, sem privilégios.

– Capitão: muitas descobertas dos vikings foram por acaso – eles eram ótimos construtores de navios, mas ruins para se localizar no mar. O capitão era mais líder militar do que navegador.

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Fontes: Vikings: Voyagers of Discovery and Plunder, de R. Chartrand, Ian Heath, Mark Harrison e Keith Durham CONSULTORIA Rudolf Simek, historiador da Universidade de Bonn, e Mark Harrison, historiador e curador do museu Royal Armouries, em Londres.

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