Como era a anatomia de um pterodáctilo?
Seu corpo era pequeno como o de uma gaivota e bastante similar ao dos pássaros atuais. Eles voaram entre o fim do período Jurássico e o início do Cretáceo
Seu corpo era pequeno como o de uma gaivota e bastante similar ao dos pássaros atuais. Há debate sobre quantas espécies existiram: estudos recentes sugerem que havia apenas uma, o Pterodactylus antiquus, mas há pesquisadores que defendem haver mais. Todas são do gênero Pterodactylus, que pertence à ordem Pterosauria, em que estão diversos tipos de répteis voadores. Mas nenhum deles pode ser chamado de dinossauro, pois esse título só é atribuído aos bichos das ordens Ornithischia e Saurischia. Os pterodáctilos voaram pela Terra entre o fim do período Jurássico e o início do Cretáceo, ou seja, de 150 a 140 milhões de anos atrás. O primeiro fóssil foi descoberto em 1780 na pedreira calcária jurássica de Solnhofen, na Alemanha. “Pterodáctilo” vem do grego pteros (“asa”) + daktulos (“dedo”), significando “dedo alado”, em referência ao dígito que sustenta a asa.
O rei dos céus jurássicos
Pterodactylus antiquus foi o primeiro réptil voador descoberto e o único pterodáctilo cuja existência é consenso entre os cientistas
TRILHA TERRESTRE
As pegadas encontradas indicam que, quando em terra, o pterodáctilo andava em quatro patas, assim como todos os outros pterossauros. Não se sabe quase nada a respeito da reprodução dos pterossauros, mas acredita-se que eles depositassem seus ovos no chão, enterrados ou em “ninhos” de argila
SACODE O TOPETE!
Vários pterossauros tinham cristas, feitas de osso ou tecido mole – os pterodáctilos se encaixam nesse último grupo. Não se sabe se ambos os sexos a possuíam ou se ela era exclusiva dos machos. Sua função também é incerta: ela pode ter sido usada para atrair parceiros para o acasalamento, para dispersar calor do corpo ou até para ajudar no voo
MOSTRANDO O DEDO
As asas eram sustentadas por um comprido dedo alongado. Além dele, havia outros três, curtinhos, que provavelmente eram usados para escalar e cuidar da higiene. As membranas das asas dos pterossauros não eram simplórias: continham uma camada de fibras rijas, um amplo sistema de vasos sanguíneos e vários conjuntos de músculos
ENCHENDO O SACO
Estudos recentes sugerem que os pterodáctilos possuíam sacos aéreos. Para ajudar no sistema respiratório. São vários bolsões que permitem um fluxo constante de ar fresco aos pulmões e não deixam o ar expirado (rico em CO2) se misturar com o novo. Pássaros possuem até nove sacos aéreos, e é provável que os pterodáctilos tivessem algo parecido
PARECE UMA ASA-DELTA
As membranas das asas se ligavam às tíbias, ou seja, às pernas dos bichos. Ainda não se sabe exatamente em que ponto era a conexão: se no quadril, na coxa ou no tornozelo. Faz diferença: quanto mais para baixo, maior o papel das pernas no controle do voo e maior a variedade de movimentos possíveis
NÃO É PARA O SEU BICO
Os pterodáctilos planavam calmamente por áreas costeiras em busca de comida, de modo similar a gaivotas e albatrozes. Caçavam pequenos peixes e camarões usando seus bicos, que tinham dezenas de pequenos dentes, chegando a 90. O mais provável é que nadassem na água, como patos, e dessem pequenos mergulhos rasos para pegar os peixes
PEITO PELUDO
Há indícios de que estruturas parecidas com pelos, chamadas de picnofibras, revestiam o corpo dos pterodáctilos, servindo para preservar o calor do corpo. “Isso significaria que eram animais endotérmicos, que podiam regular a temperatura do corpo, como os humanos”, afirma Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da Barra do Rio de Janeiro. Há debate se a pequena cauda fazia parte da membrana da asa ou não. Se sim, então o movimento da cauda auxiliava no voo
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FONTES Encyclopedia of Dinosaurs, editado por Philip J. Currie e Kevin Padian, Dinosaurs, Spitfires, and Sea Dragons, de Christopher McGowan, Pterosaurs: Rulers of the Skies in the Dinosaur Age, de Caroline Arnold
CONSULTORIA Dave Hone, paleontólogo e pesquisador da Universidade de Bristol, Christopher Bennett, paleontólogo e professor associado da Universidade de Fort Hays, e Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da Barra do Rio de Janeiro