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Como é a cirurgia de correção da miopia?

Por Artur Louback Lopes
Atualizado em 22 fev 2024, 11h17 - Publicado em 18 abr 2011, 18h47
Lasik_eye_surgery

Com um laser, o médico modela a córnea – a lente que fica bem na frente dos nossos olhos -, deixando-a mais plana. Assim, a imagem se forma exatamente sobre a retina, o que não acontece no olho míope . O mesmo laser também pode ser usado para corrigir a visão de pacientes com hipermetropia e astigmatismo – a diferença é o local da córnea onde o laser atua. Cirurgias de correção de miopia começaram a ser feitas nos anos 70, mas, na época, o paciente literalmente entrava na faca: com uma lâmina e muita habilidade manual, o médico cortava a córnea como uma pizza, deixando o centro livre. “Esse método causava uma ação exagerada: o paciente ia perdendo grau até chegar ao zero e depois começava a desenvolver a hipermetropia”, diz o oftalmologista Élcio Sato, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com o laser, a cirurgia ficou mais precisa e muito menos dolorosa, ainda mais depois que os médicos deixaram de aplicar a luzinha na parte externa do olho. Isso aconteceu em 1989, com a invenção do método Lasik – o mais usado hoje -, que abre uma tampinha no globo ocular para trabalhar direto na córnea, reduzindo as dores após a cirurgia. Mas o método ainda não é infalível. “De 100 pacientes operados, conseguimos reverter completamente a deficiência em 90. Nos outros 10, sobra algum grau”, diz Élcio. Isso acontece porque a cicatrização e a resposta da córnea ao laser podem variar de pessoa para pessoa. Aliás, não é qualquer um que pode encarar o laser: córneas muito finas, olhos muito secos, idade inferior a 21 anos (época em que o grau costuma se estabilizar) e doenças oculares são características que impedem a cirurgia. 🙂

Quatro olhos na mira do laser Em 20 minutos, o médico pode acabar com até 10 graus de miopia

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1. A preparação da cirurgia é muito simples: o médico pinga umas gotinhas de colírio anestésico no olho do paciente e prende suas pálpebras com uma espécie de grampo (chamado de bléfaro) para evitar que ele pisque. Os pacientes que imaginam que o laser provoca dores horríveis costumam tomar um sedativo para relaxar antes da cirurgia

2. Hora de cortar o epitélio, a membrana que reveste a córnea. Para isso, entra em ação o microcerátomo, um aparelho de extrema precisão que pressiona o globo ocular e com uma lâmina corta uma tampa de 9 milímetros de diâmetro. Até há pouco tempo, a tampinha era retirada completamente, mas se descobriu que se ela ficar pendurada (como uma lata aberta) a cicatrização será muito mais rápida

3. Enfim, o laser é acionado, mas ele é rápido como um piscar de olhos: 30 segundos são suficientes para corrigir até 10 graus de miopia (o máximo que pode ser corrigido com a cirurgia). Nos míopes, o feixe de laser atinge o centro da córnea, enquanto nos hipermetropes, ele é apontado para as bordas. Nos dois casos ele remove uma parte do tecido corneano, razão pela qual pacientes com córneas muito finas não podem ser operados

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4. Depois do laser, basta colocar a tampinha no lugar e acabou, não precisa nem dar pontos – o epitélio da córnea tem um poder de cicatrização incrível. Todo o processo não dura mais de 20 minutos e o paciente só não sai da sala de cirurgia enxergando 100% porque ainda sente o efeito do anestésico. Durante um mês não é recomendável praticar esportes, nadar e, claro, esfregar os olhos, mas, no dia seguinte à cirurgia, já dá para levar uma vida normal

Deite e fique à vontade
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Se você pensa que o laser é uma espécie de pistola manejada pelo médico, você está redondamente enganado. O feixe de luz ultravioleta é disparado por uma máquina grande que conta com um sistema de rastreamento: qualquer movimento do olho é acompanhado pelo laser (os aparelhos mais modernos correm atrás do olho 4 mil vezes por segundo). O médico “só” tem o trabalho de apontá-lo para o lugar certo (usando um tipo de joystick) e acioná-lo por um pedal

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