Os animais utilizam diferentes técnicas para subir pelas paredes e andar de cabeça para baixo no teto das casas ou nas mais variadas superfícies, como folhas, troncos e galhos de árvores. Para vencer a força da gravidade, alguns insetos, como as baratas, contam com a ajuda de minúsculas e numerosas garras localizadas na ponta das patas. Outros, como as lesmas, utilizam um eficiente sistema de microventosas. Há ainda os que, como as moscas, possuem microscópicas “almofadinhas” adesivas nos pés, que provocam uma aderência similar à de você andar com um chicletão grudado na sola do sapato. Confira como esses e outros bichos alpinistas conseguem realizar suas proezas – e, claro, se não há algum deles bem acima de você! 😀
SUPERVENTOSAS
O segredo da escalada de lesmas e caramujos está na anatomia de seu “pé”, que funciona como uma potente ventosa. “Pé” é o nome dado pelos cientistas à parte de baixo do corpo do animal, que fica em contato com a superfície. As bordas do pé são mais baixas do que sua parte interna, criando uma espécie de vácuo na região central, que faz com que o bicho fique grudado. Além disso, próximo à região da boca, esses animais têm uma glândula que libera muco para facilitar seu deslizamento. Esse muco aumenta ainda mais a adesão.
GARRAS DA HORA
A aderência de boa parte dos insetos, como formigas e baratas, se deve à presença de “almofadinhas” adesivas na extremidade das patas. Elas são chamadas de arólio (quando só existe uma por pata) ou pulvilo (mais de uma). Além disso, esses animais possuem minúsculas e pontiagudas garras na pontinha dos pés. Atuando em conjunto, as garras e almofadinhas permitem que o bicho vença a força da gravidade e ande de cabeça para baixo por todo lado!
LÍQUIDO PEGAJOSO
As moscas conseguem se grudar no teto e nas paredes por causa de um sistema muito similar ao das formigas, que conjuga a aderência de almofadinhas adesivas e o uso de garrinhas presentes nas patas. Algumas espécies, no entanto, dispõem de um terceiro artifício para as escaladas: pêlos especiais existentes na extremidade das patas. Esses pêlos secretam um líquido pegajoso, feito de óleo e açúcar, que garante a fixação total à superfície.
FORÇAS ATÔMICAS
Lagartixas e aranhas usam a mesma técnica para andar no teto. Suas patas têm milhares de pêlos de queratina, conhecidos como setae. Eles têm um diâmetro finíssimo, equivalente a um décimo de um fio de cabelo. Cada setae, por sua vez, tem centenas de minúsculas terminações. Essas terminações causam um deslocamento de elétrons entre seus próprios átomos e os da superfície, criando uma atração física conhecida como força intermolecular de Van der Waals. É ela que mantém o bicho colado.
E POR QUE AS ARANHAS NÃO GRUDAM NA PRÓPRIA TEIA?
Porque elas sabem por onde pisam. Ao contrário do que muita gente pensa, nem todos os fios da teia de uma aranha são pegajosos. Essa característica é exclusiva dos fios em espiral – os dos raios e da moldura não são revestidos com cola. Assim, a aranha sempre se desloca sobre os fios não adesivos. E mesmo que, por distração, ela pise num fio pegajoso, não vai ficar presa. Suas patas são dotadas de pêlos e garras de diferentes formatos e tamanhos que a ajudam a se livrar do fio.