O segredo está na coluna cervical do animal, que é formada por vértebras extremamente flexíveis, como mostra o infográfico abaixo. Entretanto, se você acha que só ela é capaz de realizar esse incrível contorcionismo, está enganado. “Todas as aves têm essa habilidade. Mas, como os olhos da coruja são frontais, a rotação da cabeça dela fica mais evidente”, afirma a bióloga Elizabeth Hofling, da Universidade de São Paulo (USP). Os cisnes, por exemplo, têm quase o dobro das tais vértebras cervicais flexíveis que fazem a cabeça da coruja girar. O movimento realizado pela coruja também chama mais atenção que o de outras aves por causa da percepção equivocada que temos da grossura de seu pescoço – por baixo da densa plumagem, o pescoço dela é fino e articulável. Movendo a cabeça para um lado e para o outro, as aves podem ter uma visão mais ampla de onde se encontram. No caso das corujas, essa agilidade serve para compensar o fato de os olhos delas – grandes, mas quase imóveis – oferecerem um campo visual muito limitado.
1. Um dos segredos para a rotação da cabeça da coruja é o número de vértebras que ela possui na coluna cervical. Enquanto os mamíferos, por exemplo, contam com somente sete vértebras, as corujas possuem 14
2. Além disso, essas vértebras, chamadas heterocélicas, são muito flexíveis. É que sua superfície de articulação tem a forma de uma sela de cavalo, o que permite uma amplitude de movimento maior. Essas duas características somadas permitem que a coruja consiga girar a cabeça em até 270 graus três quartos de uma volta completa
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