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7 relatos de brasileiros que tiveram contato com o paranormal

Do homem que tem experiências extracorpóreas no novo apartamento à filha que teve que exorcizar a própria mãe, esses casos não são para os fracos

Por Laíssa Barros, Leonardo Uller e Letícia González
Atualizado em 22 fev 2024, 10h05 - Publicado em 10 Maio 2018, 19h08

1) Minha mãe foi possuída e tentou me matar

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(Maurício Planel/Mundo Estranho)

“Acordei uma madrugada com minha mãe me chamando. Quando abri os olhos, vi que ela estava ao lado da minha cama, segurando uma faca grande de cortar carne. Tomei um susto e levantei na hora. Ela nunca me acordava, principalmente naquele horário. Então, ela me puxou pelo braço e me levou até o quarto dela. Levantou o travesseiro e, ali, pude ver que estavam todas as facas da casa. Comecei a ficar mais assustada e perguntei o que estava acontecendo.

Quando olhei em seus olhos para ouvir a resposta, vi que ela estava muito diferente do normal. Os olhos estavam vermelhos e o cabelo, todo bagunçado. O céu já estava claro, mas era cedo demais para que ela estivesse acordada. Olhei para a cama e vi cartelas dos mais variados tipos de remédio. Então ela disse que iria se matar. Que iria se cortar com as facas na minha frente, tomar os remédios e depois se jogar pela janela. A voz não soava como a dela.

Madrugada do terror

Eu nunca tinha visto nada igual e ela jamais tinha apresentado um comportamento parecido com aquele. Mal podia acreditar. Comecei a pedir explicações e, aí, vi os olhos dela se arregalarem. Ela fez uma cara de raiva e começou a gritar e avançar na minha direção. Começou a me empurrar e me chutar com uma força além do normal. Consegui me defender mas, quando a olhei nos olhos, tive certeza de que não parecia ser minha mãe.

Ela começou a falar várias coisas estranhas, palavras que eu não entendia. A voz estava muito mudada. Foi aí que concluí que, de fato, aquela não era minha mãe, mas, sim, um espírito perturbado que havia entrado em seu corpo. Quando disse isso em voz alta, a situação ficou insustentável. O que estava dentro dela se enfureceu e veio me bater mais, ainda falando de um jeito incompreensível. Era como se soubesse que eu a havia desmascarado.

Expulsão do demônio

Com muita dificuldade, consegui me soltar dos seus braços e deitá-la na cama. Decidi rezar alto e passei a recitar todas as rezas que me vinham à mente, até passagens bíblicas que eu sabia de cor. Ao mesmo tempo, fui tirando as facas e remédios de perto dela. Fechei a janela e olhei diretamente em seus olhos. Quanto mais alto eu rezava, mais os olhos mexiam e a voz estranha ia mudando. Aos poucos, o tom natural de minha mãe e o aspecto de seus olhos foram voltando. Até que, finalmente, ela acordou sem saber o que tinha acontecido.”

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Ellen Mattos tem 25 anos, é estudante e até hoje teme que outro episódio parecido volte a acontecer. Depoimento a Laíssa Barros.

2) O tablet passeou sozinho pela casa

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(Maurício Planel/Mundo Estranho)

“Foi numa noite de quarta-feira, quando eu tinha 17 anos. Eu e minha mãe havíamos visitado minha irmã e voltamos para casa, onde passaríamos a noite sozinhos, já que meu pai estava viajando. Quando entramos em casa, minha mãe subiu para o segundo andar, onde ficam os quartos, e eu desci para a cozinha, pois queria encher garrafas d’água para que nós dois tivéssemos o que beber durante a noite. No caminho, passei pela sala de jantar e apoiei o tablet que levava comigo. Meu celular estava quebrado e, na época, eu usava o tablet de 7 polegadas como telefone, por isso o carregava para todos os lados.

No caminho de volta, o tablet não estava mais sobre a mesa. Fiquei confuso, pois muito pouco tempo havia se passado e eu tinha certeza de onde o havia deixado. Decidi então usar o telefone fixo da sala para telefonar para o meu número. Aí começou a parte estranha. O aparelho começou a tocar perto do sofá mas, quando me aproximei, o som já não estava lá. Parecia ter se afastado para o canto da sala.

Esconde-esconde

Isso ocorreu algumas vezes. Assim que eu conseguia me aproximar do som, ele migrava para outro ponto da sala. Continuei telefonando e ouvi o barulho do toque diminuir aos poucos, até cessar. Depois disso, o único som que eu podia ouvir era o do meu tablet vibrando, como se tivesse sido colocado no modo silencioso.

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Subi os dois lances de escada até o quarto da minha mãe e pedi que discasse o meu número. Nessa hora, ouvimos o tablet começar a vibrar lá mesmo, dentro do quarto. Procuramos por alguns segundos e, para nossa surpresa, o aparelho estava debaixo do colchão dela. O estranho é que a cama estava arrumada de maneira impecável. O mais bizarro, porém, é o fato de a área íntima, onde ficam os quartos, estar separada do resto da casa por uma porta de ferro, pela qual só passa quem tem uma chave.

Desci novamente até o andar de baixo e vi todas as luzes da casa acesas. Quando me aproximei da porta de entrada, vi que estava destrancada, assim como o portão da garagem. Fazia muito pouco tempo que havíamos chegado em casa e trancado as entradas. Eu mesmo havia apagado as luzes antes de subir as escadas.

Planos espirituais

Fiquei surpreso, mas não em pânico. Episódios estranhos parecidos, mas não tão intensos quanto esse, já haviam ocorrido em nossa casa. Por coincidência, só quando meu pai não está. Perguntei a um amigo médium o que poderia explicar esses fenômenos e ele me disse que talvez a minha casa seja um portal por onde espíritos transitam entre os planos.

Pessoalmente, tenho a impressão de que outra família além da nossa mora no mesmo lugar. Eventualmente, as coisas se chocam e esse tipo de acontecimento se desdobra.”

Raphael Pugliesi tem 23 anos, é publicitário e afirma já ter visto muitos objetos mudarem de lugar em sua casa. Depoimento a Leonardo Uller.

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3) Vi meus problemas se tornarem objetos materiais

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(Maurício Planel/Mundo Estranho)

“Numa sexta-feira de 2016, embarquei numa excursão de São Paulo, onde moro, rumo a Votuporanga, no interior do estado. O ônibus saía lotado de pessoas que, como eu, queriam conhecer a “mulher do algodão”, famosa por materializar energias negativas em objetos. Sapos costurados, cordas e até roupas ensanguentadas já saíram de suas mãos. O processo, de alguma maneira, traz alívio aos visitantes.

Minha vida não tinha nenhum drama pesado, mas topei a ideia de uma “limpeza” espiritual. Depois de quase sete horas de viagem, ainda de madrugada, cheguei com o grupo ao sítio próximo à cidade, onde toda a ação ocorre. O lugar tem chão de terra, cômodos para descanso e um galpão principal. Durante toda a manhã, ônibus lotados de gente não pararam de chegar.

Ritual insólito

Às 9h, o filho da médium abriu a sala da recepção e começou a cobrar o preço do atendimento. Tive de escolher quantas vezes a senhora vasculharia o algodão por mim e optei por três. Cada uma custou R$ 25. Saí de lá com três rolos de algodão de farmácia, que eu deveria desfiar e devolver.

Às 15h, a médium chegou ao galpão central e os grupos começaram a entrar. Eram dezenas de pessoas por vez e a coisa ia rápido. Mesmo assim, só fui chamada às 18h. O interior do galpão tinha paredes azuis e dezenas de imagens de santos, como uma de Nossa Senhora Aparecida. Rezei o Pai-Nosso com os demais enquanto entrava.

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No fundo, a mulher ficou posicionada em frente a um tanque de cimento, onde uma grande bacia suportava os tufos de algodão que nós havíamos entregue – e que nunca saíram de nossa vista. Sobre ele, um filete constante de água caía. A médium chamava cada pessoa e, concentrada, sacava coisas com as próprias mãos de dentro daquele travesseiro de algodão. Ao seu lado, o filho embrulhava os objetos em jornal e os entregava à pessoa, que deveria sair e abrir o pacote na área externa. Em dez minutos, chegou a minha vez.

Cordas e batom

Me coloquei de pé junto ao tanque e vi a idosa afundar as mãos no algodão. Lá de dentro, tirou uma corda comprida e disse: `Minha filha, estão te amarrando¿. Foi a única explicação que me deu. Acumulou mais um punhado de quinquilharias e, em segundos, eu já estava do lado de fora. Abrir o pacote me deu muito nervoso, pois qualquer coisa poderia sair dali.

Desdobrei o jornal e vi 2 metros de corda, pedaços soltos de ossos, uma flor de cemitério (de plástico), cacos de vidro, algodão manchado de sangue, uma vela roxa, um batom, pimenta, um boneco masculino e outro feminino atravessados por uma vela. Li o panfleto com os significados mais comuns e entendi que, pelo batom, alguém queria me ver trair meu namorado.

Pelos bonecos separados, outra pessoa desejava o fim do nosso relacionamento. A pimenta significava inquietação mental, o que eu, como uma ansiosa de carteirinha, entendi perfeitamente. Segui as orientações e deixei tudo lá, na esperança de me livrar das coisas ruins que me acompanhavam. A sensação foi de alívio e aprendizado.”

A mulher do algodão

Edelarzil Cardoso é uma médium brasileira que começou a receber o público regularmente na década de 1980 na fazenda onde o marido trabalhava. Ela relata ter o dom da materialização desde a infância e explica que os objetos são fruto de pensamentos negativos – tirá-los representa uma limpeza. Para evitar novos problemas, sua filosofia prega uma mudança de mentalidade simples e radical: não desejar o mal aos outros.

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Bruna Sanches tem 30 anos e é designer. Ela voltou à mulher do algodão no ano seguinte e repetiu a experiência. Depoimento a Letícia González.

4) Senti uma dor que não era minha

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(Maurício Planel/Mundo Estranho)

“Nunca tive crises de cólica na vida, no máximo leves incômodos durante a menstruação. Naquele dia, porém, estava na sala da minha casa assistindo à televisão quando senti uma dor no abdômen. Começou como uma cólica fraca – o que já era estranho, pois eu não estava menstruada – e foi aumentando até se tornar insuportável. Eu nunca tinha sentido nada parecido e entrei em pânico.

Assustados, meus pais me levaram até o pronto-socorro. Fiz uma bateria de exames e passei a tarde inteira sendo observada. Os médicos não encontraram nada de errado com meu corpo e disseram que o que eu sentia só podia ser uma dor psicológica. Me dispensaram, ainda que eu não conseguisse nem levantar a cabeça para tomar água.

De volta à minha casa, senti aquela dor tomar conta de mim. Já havia engolido uns quantos analgésicos, mas os remédios não faziam efeito algum para diminuir a sensação. Era como se algo puxasse meu abdômen e, ao mesmo tempo, o socasse. Só conseguia chorar e gritar, e a situação foi ficando insuportável. Meus pais estavam cada vez mais tensos e, na tentativa de me ajudar, decidiram me levar naquela mesma noite a um terreiro de candomblé.

Mãe de santo

Eu nunca havia entrado em um lugar daquele tipo e não acreditava no poder que dizem ter. Mas a dor estava acabando comigo e, por isso, resolvi dar uma chance. Assim que chegamos, uma senhora, a mãe de santo do local, nos recebeu e iniciou meu atendimento. Ela começou a rezar por mim enquanto meus pais me seguravam pelos braços diante dela. De repente, olhou fixamente nos meus olhos e disse: `Você deve se despedir do bebê¿.

Não entendi o comando, afinal, eu não estava grávida, nem tinha filhos. Mas ela insistiu e explicou que as dores vinham por causa dele e que eu deveria dizer adeus – ainda que o bebê não fosse meu. Fiquei confusa, mas o fato é que, enquanto ela seguia rezando, as pontadas foram diminuindo até, depois de uns minutos, desaparecerem por completo. O alívio que senti, lá mesmo dentro do terreiro, foi impressionante.

Amiga conectada

No dia seguinte, depois de recuperar minhas energias, fiquei tentando entender o que havia ocorrido e o que a mulher me dissera. Não consegui encontrar sentido na referência ao bebê até que, num estalo, lembrei que uma das minhas amigas havia engravidado e estava buscando meios de interromper a gravidez. Eu não apoiei sua vontade e pedi que levasse a gestação adiante.

A hipótese de as duas coisas estarem relacionadas soou um pouco maluca, mas telefonei a ela mesmo assim. Para meu espanto, a ouvi dizer que o aborto havia ocorrido no dia anterior, exatamente enquanto eu começava a me contorcer de dor. Descrevi minhas sensações e ela, as dela. Era iguais. Naquela hora, a despedida que a mãe de santo mencionara fez muito sentido. Minha amiga estava chateada pela minha falta de apoio e, talvez por isso, tenhamos ficado ligadas energeticamente. Na hora em que ela sofreu, sofri também.”

Beatriz Oliveira tem 22 anos e é estudante. Esse foi seu primeiro contato com a paranormalidade. Depoimento a Laíssa Barros.

5) Meu apartamento me expulsa do corpo enquanto durmo

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(Maurício Planel/Mundo Estranho)

“Há um ano vim morar sozinho em um apartamento que meus pais compraram em São Paulo. Somos do interior do estado e eles resolveram investir no imóvel, que é bem antigo e, imagino, tem muita história. Desde que me mudei para cá, comecei a ter experiências fora do meu corpo. Isso nunca tinha me acontecido antes. É assim: vou dormir e, no meio da noite, acordo, me levanto da cama e vejo que meu corpo continua deitado nela. Olho para minha versão acordada e vejo que tenho o mesmo tronco, os mesmos braços, tudo igual. A única diferença é que meus pés não tocam o chão. Fico flutuando, como que duplicado, enquanto o outro eu segue adormecido.

Pesadelo realista

Na primeira vez, concluí que era um sonho. Mas, depois de várias vezes, percebi a verdade. É bem real, consigo tocar meu próprio corpo acordado, minha cama, minhas roupas e até mesmo o Adriano que segue deitado, dormindo. Nunca experimentei tentar andar pelo quarto ou sair dele porque, nessas horas, não tenho vontade de fazer nada. Pelo contrário, me sinto muito mal e não gosto nem um pouco da experiência. Ela me desespera. A única coisa que faço é tentar voltar para a posição normal. É muito triste.

E frequente. Acontece pelo menos uma vez ao mês. Quando me percebo nessa situação, tento deitar de novo na cama, ao lado do meu corpo duplicado, e fecho os olhos esperando cair no sono – e voltar a ser um só. Toda vez, tenho a mesma sensação de luta, de não querer passar por isso. Demora um pouco até que eu adormeça. Acordo novamente na condição normal, mas com o coração disparado e quase sem respirar de tão nervoso.

Sempre sozinho

Quando passo a noite fora de casa ou quando não estou sozinho aqui, nada disso ocorre. Até pouco tempo atrás, pensava que estava enlouquecendo. Pesquisei o fenômeno na internet e entendi que é uma experiência extracorpórea. Sei que outras pessoas se aproveitam de forma positiva delas e consideram o fato um presente. Mas eu não. Acho que é uma das piores coisas da minha história.

Nunca experimentei tirar proveito do fenômeno de nenhuma maneira. Simplesmente entro no protocolo que criei: deito novamente na cama e tento dormir, mentalizando que vou voltar para o meu corpo. Não tenho coragem de falar com outras pessoas sobre o assunto e atualmente não sei como lidar com ele. Eu teria de contar aos meus pais o que ocorre para sair do apartamento, mas não sei como fazê-lo. Só queria que parasse.

Adriano Moreira tem 26 anos, é cientista da computação e continua tendo experiências extracorpóreas. Depoimento a Laíssa Barros.

6) Senti uma força possuir meu corpo e ordenar meu suicídio

sobrenatural – 5
(Maurício Planel/Mundo Estranho)

“Há quatro anos, o marido da minha melhor amiga morreu e ela passou a não conseguir dormir sozinha. Eu ia para sua casa todas as noites e, em pouco tempo, me mudeu para lá. Ela estava muito triste pela perda e eu, por ela. Para tentar amenizar isso, nós duas organizávamos festas e chamávamos conhecidos que nos fizessem companhia. O objetivo era não ficarmos apenas as duas e, de fato, sempre havia um grupo ao nosso redor. Eu sentia que muitas energias passavam pela casa naquela época, tanto boas como ruins.

Uma noite, demos um jantar e as horas transcorreram como nos outros dias: as pessoas chegaram, tentamos nos divertir e, quando ficou tarde, todos foram embora. Deitei no quarto que agora era meu e adormeci. No meio da noite, porém, acordei de repente e vi que estava assustadíssima.

Comandos sem palavras

De olhos abertos, senti uma vibração estranha percorrer meu corpo. Até hoje não sei o que foi, mas aquilo começou a se mexer dentro de mim. De cara, percebi que havia algo que se apossava de mim internamente e que era muito, muito ruim. A tal força tentava se apoderar de minhas ações e pensamentos, orientando que eu me levantasse e fosse até a cozinha. Lá, deveria pegar as facas da gaveta e usar uma delas para me matar.

Não havia uma voz que me desse essas ordens. Em vez de falar, a “coisa” comandava meus pensamentos e tentava fazer meu corpo se levantar. Passei a resistir mentalmente e, desesperada, reuni todas as forças que tinha para segurar meu corpo na cama. Não posso dizer quanto tempo estive nesse esforço, mas lembro que durou muitas horas.

Estava disposta a resistir, mas fui ficando cada vez mais cansada. Quando o dia começou a clarear, aquela força invisível ainda estava bem instalada no meu corpo e na minha mente, me empurrando para fora da cama. Eu ainda lutava contra e, de tanto fazer força para permanecer na cama, sentia meus músculos próximos da exaustão.

De repente, senti outra força entrar pelo quarto. Também não consegui identificá-la, mas rapidamente percebi que era uma energia boa e que estava ali porque queria me ajudar. Pensei no marido da minha amiga, que morava com ela naquela mesma casa até bem pouco tempo antes. Essa energia boa se aproximou e, de maneira inexplicável, tirou a ruim de dentro de mim. Enfim, me senti livre do sofrimento. Então ambas as forças pareceram desaparecer e fiquei completamente sozinha no quarto. Estava exausta e fechei os olhos. Dormi o dia inteiro.”

Clara Alves Pessoa tem 29 anos e é gerente de projetos. Essa foi a única possessão que viveu. Depoimento a Laíssa Barros.

7) A cômoda da minha casa tremeu sozinha por uma semana

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(Maurício Planel/Mundo Estranho)

“Quando eu tinha 17 anos, vivia com minha família em um apartamento em São Paulo. Dividia o quarto com meus dois irmãos e, nesse cômodo, tínhamos uma penteadeira branca, dessas bem antigas, com um espelho bonito acoplado. Ali, mantínhamos uma imagem de Jesus, outra da Virgem Maria e uma Bíblia. Era como um pequeno altar.

Tínhamos o hábito de rezar frente a esse móvel. De manhã, fazíamos nossos pedidos para o dia e, à noite, nossas preces antes de dormir. Muitas vezes, cada um fazia sua rotina sozinho mas, em outras, orávamos juntos com nossa mãe. No dia em que tudo começou, eu estava com meus dois irmãos e, quando abri o olho, vi a penteadeira tremer. São Paulo não tem terremotos e nada que justificasse o movimento que ocorria naquele momento. Nenhuma explosão na rua, tempestade com trovões, operários martelando a parede ao lado, nada.

Susto inicial

O que se movia especialmente era o espelho, e o curioso é que as estátuas que ficavam sobre o móvel permaneceram paradas. Nos olhamos sem saber o que fazer. Havia uma energia forte circulando pelo quarto e isso nos assustou muito. Com medo, encerramos as preces e nos afastamos da penteadeira. Para nossa surpresa, ela parou de vibrar.

Na hora da próxima reza, fomos juntos e, mais uma vez, vimos a cômoda tremer. Passamos, então, a nos alternar e comprovamos que havia um padrão. Sempre que alguém se posicionava para uma oração, o móvel se mexia. Não era um movimento brusco, mas perfeitamente visível – e audível – a qualquer um que estivesse no quarto.

Comprovação externa

Isso durou uma semana inteira. O movimento reiniciava a cada reza. Nenhum outro objeto da casa tremia. O prédio era antigo e não tinha elevador. Não havia explicação. Depois do susto, começamos a encarar a coisa como um evento mágico e passamos a gostar muito. Estávamos encantados. Decidimos então chamar minha tia e os filhos dela. Quando chegaram, além da energia que nós sentíamos circular naqueles dias, eles também presenciaram o fenômeno da penteadeira.

Depois de sete dias, o movimento cessou, o móvel continuou lá por muitos anos e nunca mais voltou a mexer sozinho. Tenho certeza de que a força daquela semana insólita não estava na penteadeira em si, mas em nós mesmos. Acredito que vivemos uma manifestação divina com o objetivo de provar que existe, sim, uma força superior. Deu certo. Eu e meus irmãos seguimos sendo espiritualizados até hoje.”

Daniela Rodrigues tem 41 anos, é administradora e, apesar da fé, nunca mais viveu nada parecido. Depoimento a Leonardo Uller.

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