Restaurante deixa geladeira com comida grátis para moradores de rua
Os alimentos - sobras dos pratos dos clientes e de outras pessoas - ficam disponíveis 24h por dia, de segunda a segunda, em frente ao estabelecimento.
O restaurante Pappadavada, em Kochi, Índia, aperfeiçoou a arte de compartilhar comida com quem precisa. Minu Pauline, dona do estabelecimento, colocou uma geladeira na calçada para que ela, seus clientes, funcionários e quem mais quiser possa colocar as sobras de suas refeições. Qualquer pessoa pode retirar a comida de lá, sem nenhum registro ou pagamento: é só abrir, escolher e levar.
A ideia de Pauline surgiu em uma noite enquanto fechava o restaurante. Como de costume, havia acabado de jogar fora uma montanha de sobras de comida – do próprio restaurante e de seus clientes. Foi quando uma moradora de rua apareceu e começou a mexer nas latas de lixo em busca de comida. A mulher contou que fora acordada por uma fome intensa. Chocada com a cena e com quantidade de desperdício do próprio restaurante, Pauline começou a pensar em formas de disponibilizar comida fácil para quem precisa, sem a necessidade de vasculhar o lixo.
Instalada no dia 23 de março, bem em frente ao restaurante, sob a sombra de uma grande árvore, a geladeira ganhou um nome: “Nanma maram”, que significa “Árvore da bondade”. E o esquema de doação de sobras tem funcionado bem: por dia, de 70 a 100 porções são depositadas na geladeira – e todas são levadas em menos de dois dias. Até agora, não se passou um dia sem que alguém passasse para pegar – ou deixar – comida.
A única exigência é feita para os doadores: é necessário escrever a data da doação no pacote, para evitar que os moradores de rua consumam alimentos muito velhos. Além disso, como a ideia é que a geladeira seja um instrumento de doação de sobras, Pauline também pede que as pessoas não comprem comida nova, apenas deixem lá as sobras de seus pratos.
A mensagem que Pauline quer passar vai muito além da generosidade de dar comida a quem tem fome. A dona do Pappadavada também quer chamar a atenção para o desperdício e para as soluções simples que acabam sendo ignoradas porque temos pressa, e porque simplesmente não pensamos nelas. Segundo Pauline, o dinheiro é nosso, mas os recursos pertencem à sociedade e devem voltar para ela.
Confira abaixo como ficou o dia a dia do restaurante: