“Viver é negócio muito perigoso”, já dizia Guimarães Rosa. Fica mais se, nas horas vagas, o vivente caminhar sobre aviões em pleno voo ou surfar entre ondas da altura de prédios. Essas atividades são o 1º e o 2º lugares no ranking dos esportes que apresentam maior risco de morte.
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Alguns desses passatempos são tão perigosos que equivalem a ir para a guerra. Na verdade, é uma injustiça: um soldado estrangeiro no Iraque tem 5 vezes mais possibilidade de continuar vivo do que quem passeia fora do avião. Está achando esses caras doidos? Bem eles amam o que fazem e, como também dizia Guimarães Rosa: “Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”.
Emoções fortes
Esportes mais perigosos, por probabilidade de morte
1. Wing Walking
PRATICANTES: 200
MORTOS A CADA MIL: 5
O que é: mover-se sobre as asas de um avião durante o voo. Variações incluem plantar bananeira, pendurar-se pelos dentes, passar a outro avião (ou carro, barco, trem) e saltos em que se abre o paraquedas no último instante possível.
Por que é perigoso: o show vira suicídio sempre que alguém desrespeita a primeira lei do wing walking: “Nunca largue do que você está segurando até estar segurando em outra coisa”.
2. Big Wave Surf
PRATICANTES: 1 000
MORTOS A CADA MIL: 3
O que é: modalidade de surfe em que um surfista é rebocado ou pula de helicóptero no meio do oceano, onde se formam ondas gigantes – de 6 a 15 metros.
Por que é perigoso: as mortes geralmente envolvem saltos do helicóptero mal executados, em que o surfista cai de mau jeito e fica suscetível a afogamentos.
3. Free Style Motocross
PRATICANTES: 6 mil
MORTOS A CADA MIL: 1,8
O que é: também conhecido como FMX, não é uma corrida, mas um torneio de saltos ornamentais nos quais motoqueiros fazem manobras para um júri.
Por que é perigoso: bem, capacetes são feitos para proteger o motoqueiro no trânsito, não em piruetas com motos a 10 metros de altura.
4. Street Luge
PRATICANTES: 1 200
MORTOS A CADA MIL: 1,7
O que é: corrida ladeira abaixo em um skate gigante. O piloto, deitado de costas (padrão) ou de bruços (avançado), se inclina para controlar velocidade e direção.
Por que é perigoso: às vezes o controle fica só na tentativa mesmo, algo perigoso a 100 km/h. Custava botar um freio? Até carrinho de rolimã tem o seu.
5. Heli-Skiing
PRATICANTES: 7 mil
MORTOS A CADA MIL: 0,85
O que é: um helicóptero leva o esquiador até o topo inacessível de uma montanha. Sem pista, sem sinalização e sem conhecer o terreno, ele deve descer, esquiando.
Por que é perigoso: é deselegante recorrer a auto-citação, mas: “Sem pista, sem sinalização e sem conhecer o terreno, ele deve descer, esquiando”.
6. Base Jump
PRATICANTES: 12 mil
MORTOS A CADA MIL: 0,83
O que é: consiste em saltar de um ponto estático muito alto – prédios, antenas, pontes ou montanhas – usando apenas um paraquedas.
Por que é perigoso: o paraquedas costuma abrir – o problema é que o vento ou um salto fraco podem deixar o base jumper perto demais de onde pulou.
7. Sky Surfing
PRATICANTES: 10 mil
MORTOS A CADA MIL: 0,5
O que é: igual a paraquedismo, com o bônus de que o sujeito tem uma prancha (menor que a de surfe) presa aos pés, realizando acrobacias arrojadas.
Por que é perigoso: a tendência é que a prancha fique por cima e ele de cabeça para baixo, dificultando muito a abertura do paraquedas.
8. Montaria em Touro
PRATICANTES: 12 mil
MORTOS A CADA MIL: 0,25
O que é: é a maior atração dos rodeios – o peão precisa ficar 8 segundos no lombo do touro, conhecidos como “os 8 segundos mais perigosos do esporte”.
Por que é perigoso: ainda que muitos pensem nos direitos dos touros, quem corre risco de morte é o peão que cai dele e pode ser pisoteado e chifrado.
9. Paraquedismo
PRATICANTES: 1 milhão
MORTOS A CADA MIL: 0,12
O que é: perto das 8 loucuras anteriores, praticamente um passeio no parque – pular de um avião, ficar um tempo curtindo a queda livre, abrir o paraquedas.
Por que é perigoso: o bom senso manda que se pule com dois paraquedas, mas às vezes, mais precisamente uma em cada 8 mil vezes, nenhum deles se abre.
10. Rafting
PRATICANTES: 2 milhões
MORTOS A CADA MIL: 0,001
O que é: passatempo comum em toda cidade que tem corredeiras, trata-se de descer um rio em bote.
Por que é perigoso: na verdade, só é perigoso nos percursos mais difíceis, os de Grau 6, em que a velocidade da corrente é muito forte e no meio da caminho há muitas pedras.
Fontes: Harry Parker, do International PRO BASE Circuit, How Stuff Works, Blinc Magazine, Umea University, Telegraph.uk, Canadian Mountain Holidays, Professional Bull Riders, Wilderness Medical Society, United States Parachutes Association, International World Games Association.
Imagens: Creative Commons / Wikimedia Commons