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O sonho do reator nuclear ecológico

A iniciativa,muito bem-vinda, coube ao Prêmio Nobel e atual diretor do poderoso CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), o físico italiano Cario Rubbia. Esbanjando entusiasmo, como é de seu feitio, ele reuniu uma platéia de 500 cientistas de todas as nacionalidades para tentar ressuscitar as centrais nucleares seguras: mais fáceis de controlar que as atuais […]

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Atualizado em 31 out 2016, 19h07 - Publicado em 23 jul 2009, 22h00
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    A iniciativa,muito bem-vinda, coube ao Prêmio Nobel e atual diretor do poderoso CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), o físico italiano Cario Rubbia. Esbanjando entusiasmo, como é de seu feitio, ele reuniu uma platéia de 500 cientistas de todas as nacionalidades para tentar ressuscitar as centrais nucleares seguras: mais fáceis de controlar que as atuais e que não produzam tantos resíduos perigosos, como o plutônio 239, usado nas bombas atômicas. Isso é possível, aposta Rubbia, caso se abandone o combustível convencional, o urânio 238, e se empregue em seu lugar o elemento tório 232. Além disso, Rubbia quer usar uma ferramenta da Física avançada para disparar as reações na usina: um acelerador de partículas subatômicas. A idéia é empregar prótons, constituintes comuns do núcleo dos átomos, ao lado dos nêutrons. Os prótons seriam lançados a grande velocidade contra o tório combustível e penetrariam em sua massa. O objetivo será atingir o próprio núcleo dos átomos de tório e expulsar de lá um jorro de nêutrons, que colidiriam com outros núcleos de tório. Essa cadeia de reações, no balanço final, produz a energia do reator. Segundo Rubbia, o sistema é seguro porque a quantidade de nêutrons criada nunca levaria a reações descontroladas como as que ocorreram em diversas usinas comuns, inclusive a de Chernobyl.

    Também não se prestaria à produção de armas nucleares porque criaria pouquíssimo plutônio 239. Outra vantagem é que os dejetos radioativos do novo reator teriam vida mais curta – cerca de 300 anos, que se considera razoável. Rubbia lembra ainda que a quantidade de tório na crosta terrestre é quase inexaurível, em contraste com as limita das reservas de urânio. A idéia do reator a tório não é nova: ela foi defendida inclusive por físicos brasileiros, há três décadas. Não seriam novidade nem os aperfeiçoamentos propostos por Rubbia: Charles Bowman, físico do Laboratório Nacional Los Alamos, nos Estados Unidos, afirma já ter feito sugestão parecida. (Ele acrescenta que o italiano deixou de mencionar dois resíduos: o tecnécio 99 e o iodo 129, que continuam perigosos por mais de 100 mil anos). Querelas e detalhes técnicos à parte, o reator a tório certamente merece a chance que Rubbia pede. “Tudo funciona à perfeição nas simulações que fizemos por computador. Agora temos que passar à fase experimental”.


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