Francis Bacon: “O conhecimento é em si mesmo um poder”
Ele queria reformar a ciência, a filosofia e a política de seu tempo. Não chegou lá, mas deixou um legado importantíssimo: o empirismo moderno
A aspiração estava longe de ser modesta: Francis Bacon sonhava, simplesmente, com uma reforma completa da ciência e da filosofia que eram aceitas em seu tempo. Ao seu projeto de escrever um novo tratado sobre tudo o que ali estava, deu o poderoso título de Grande Instauração.
No entanto, Bacon tinha um problema sério: a falta de tempo para executar um plano tão grandioso. Sua ambição não era só intelectual, mas também política. Eleito deputado para o Parlamento Britânico com apenas 23 anos, o inglês se dedicou à política até pouco antes de morrer, acumulando cargos importantes sob o reinado de Jaime 1º. O pensador só se afastou da vida pública em 1621, quando já havia sido nomeado Grande Chanceler. Sua saída não foi voluntária — acusado de corrupção, foi expulso do Parlamento e perdeu todos os postos que havia conseguido até ali. Mesmo tendo escrito muito menos do que gostaria, Francis Bacon deixou um legado importante: sugerindo que devemos seguir um rigoroso método experimental para atingir o conhecimento, ele inaugurou a tradição empirista.
Bacon dizia que devemos avaliar as circunstâncias em que um fenômeno ocorre (ou não ocorre), detalhando seus casos particulares para relacionar um ao outro. Esse pensamento por “indução” levaria ao conhecimento que, para o filósofo, era o caminho para o homem passar a usar as forças da natureza a seu favor. Porque, no fim das contas, “saber é poder”.