Asfalto que se regenera pode solucionar buracos de rua
E o criador da tecnologia está disposto a liberá-la de graça para quem quiser.
É sempre a mesma coisa. O governo paga e as empresas de construção civil tapam os buracos das ruas, que invariavelmente reaparecem pouco tempo depois. Mas, no que depender do engenheiro holandês Erik Schlangen, da Universidade de Delft, isso vai acabar. Ele criou um novo tipo de asfalto, que se reconstrói sozinho quando exposto ao calor. A SUPER conversou com Erik para entender a nova tecnologia – que ele está liberando de graça para todas as cidades que quiserem usá-la.
Por que o asfalto comum esburaca tanto?
Porque o betume [a “cola” que junta as pedras que formam o asfalto] se oxida e fica duro. E aí as pedras se soltam, originando os buracos.
E o asfalto regenerativo, como funciona?
Ele tem palha de aço dentro. Quando aparecem as primeiras fissuras – a cada quatro anos, em média –, nós passamos uma máquina de indução, que gera um campo magnético, sobre o asfalto. Isso esquenta o aço, que transmite calor para o betume. Ele derrete e se regenera, fixando as pedras [e evitando a formação de buracos].
Quanto tempo ele dura?
Dura 24 anos. É o dobro da vida útil do asfalto normal. Na Holanda, nós utilizamos um asfalto poroso, que evita a formação de poças e é mais silencioso. Ele resiste menos, oito anos – mas sua durabilidade também dobra com a nova tecnologia.
Por que você inventou essa tecnologia, já que as ruas holandesas quase não têm buracos?
Foi um pedido do governo. Muitas construtoras não gostaram, pois assim perdem suas obras constantes. Mas uma delas nos ajudou nos testes e hoje aplica esse asfalto em 12 pontos da Holanda. Chile, EUA, Suíça e China também já manifestaram interesse.