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Urna de ouro que guardaria osso de Buda é encontrada na China

O osso estava guardado dentro de várias caixas, como se estas fossem uma matrioska. Tudo estava enterrado sob um templo budista em Nanjing.

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 jan 2023, 18h58 - Publicado em 5 jul 2016, 19h15

Em uma cripta subterrânea, sob as ruínas do templo budista de Grand Bao’en, em Nanjing, na China, membros do Instituto Municipal de Arqueologia de Nanjing encontraram o que parece ser um pedaço do crânio de Buda – muito bem guardado dentro de uma urna de 1.000 anos de idade.

O osso achado é o parietal – aquele que forma a parte de cima e os lados do crânio. Só olhando um fragmento desses, não dá para descobrir com certeza se ele pertenceu a Buda, mas os cientistas passaram a considerar a hipótese observando o jeito como o osso fora enterrado: quem escondeu os restos mortais teve um cuidado extremo – e, convenhamos, não se faz isso com um morto qualquer.

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O osso foi colocado dentro de um caixãozinho de ouro de 15 cm, que foi lacrado e posto em uma caixa de prata um pouco maior. A caixa, então, foi guardada em uma estupa (um tipo de urna) de 1,2 m de altura, feita de sândalo, ouro e prata – e decorada com cristais, vidro, ágatas e lápis-lazúli (uma pedra ornamental). Pensa que acabou? Nem perto: essa estupa chique foi escondida em um caixote pesado de ferro, que foi guardado em um caixão de pedra mais pesado ainda e, finalmente, tudo foi enterrado sob o templo Grand Bao’en.

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O cuidado com a sepultura não é a única evidência de que o osso é de Buda. Na estupa em que o fragmento foi encontrado, havia também uma série de inscrições dizendo que aquele é mesmo um osso do iluminado. Há, também, vários desenhos que reconstroem sua vida, desde o nascimento até a parinirvana – a iluminação.

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As escritas explicam que, quando Buda morreu (entre 268 a 232 a.C.), seu corpo foi cremado e o que restou dos ossos foi dividido em 84 mil partes – 19 delas foram escondidas na China, em lugares diferentes. Ainda de acordo com as inscrições, o osso parietal que foi descoberto agora era mantido em outro templo, destruído por uma guerra. Por isso, em 1011 d.C., foi transferido para uma cripta com mais camadas de proteção, sob o Grand Bao’en, onde os cientistas, enfim, o encontraram.

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Mesmo com todas essas pistas, os arqueólogos não têm certeza de que o osso realmente é de Buda – as evidências são o que se chama de circunstanciais: são apenas parte da história, e não provam nada para valer. Mesmo assim, é uma descoberta que mostra a que ponto as pessoas chegavam, há milênios, para proteger os restos mortais de personalidades importantes.

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