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Quem é quem no quadro “Independência ou Morte”?

Pedro Américo retratou sete figuras importantes do movimento de independência brasileira. Descubra quem são.

Por Luisa Costa
Atualizado em 7 set 2022, 22h15 - Publicado em 7 set 2022, 13h31

Todo mundo conhece o quadro Independência ou Morte. Pedro Américo terminou a pintura em 1888 para representar (de maneira épica) o momento em que Dom Pedro proclamou a independência brasileira, em 1822.

A figura do então príncipe regente no quadro já é bastante conhecida – marcamos com o número 7 na imagem abaixo. Ele aparece montado em um cavalo, erguendo sua espada. Mas quem são as outras pessoas?

Elas não são aleatórias. Pedro Américo, inclusive, fez um trabalho extenso de pesquisa para compor o quadro, estudando o movimento de independência e conversando com testemunhas presentes no 7 de setembro de 1822. Ele retratou sete figuras importantes.

O escritor Gustavo Penna passou dois anos revirando documentos históricos para entender quem são as pessoas que aparecem no quadro. Ele escreveu o livro infanto juvenil “Os Sete da Independência” e conversou com a Super para contar o que descobriu em suas pesquisas.

Detalhe da pintura
1. Major Antônio Ramos Cordeiro; 2. Paulo Emílio Bregaro; 3. Francisco Gomes da Silva (Chalaça); 4. Coronel Antônio Leite Pereira da Gama Lobo; 5. Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão; 6. Luís de Saldanha de Brito; 7. Dom Pedro. (Pedro Américo/Reprodução)
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(1) Major Antônio Ramos Cordeiro e (2) Paulo Emílio Bregaro

Na tarde do 7 de setembro (um sábado), Dom Pedro e sua comitiva subiam a Serra do Mar para chegar em São Paulo, partindo de Santos. Foi quando chegaram dois mensageiros trazendo um maço de cartas, que comunicavam as últimas decisões de Portugal: D. Pedro não seria mais o regente da colônia, e sua autoridade se limitaria ao Rio de Janeiro.

Essa foi a gota d’água para a proclamação da independência brasileira. Depois de ler as cartas, D. Pedro teria dito: “De hoje em diante, estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero com o governo português, e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal”.

Os mensageiros eram Paulo Emílio Bregaro e o Major Antônio Ramos Cordeiro. Eles receberam a missão, do ministro paulista José Bonifácio, de fazer a carta chegar ao príncipe regente o mais rápido possível. Eles passaram dias cruzando a mata desde o Rio de Janeiro até São Paulo, e encontraram D. Pedro às margens do riacho do Ipiranga.

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Paulo Emílio foi considerado Patrono dos Correios pela entrega da correspondência.

(3) Francisco Gomes da Silva

Também conhecido como Chalaça, Francisco era amigo e confidente de D. Pedro. Ele nasceu em Portugal, mas veio para terras brasileiras porque entrou de gaiato no navio quando a Corte portuguesa se transferiu para a colônia, fugindo das tropas napoleônicas.

Chalaça era companheiro de bebedeira do príncipe regente, mas não só. Foi membro da Guarda de Honra de D. Pedro, um incentivador da proclamação da independência e um político. Participou da criação da Constituição de 1824, a primeira do Brasil.

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(4) Coronel Antônio Leite Pereira da Gama Lobo

O coronel foi o primeiro comandante da Guarda de Honra de D. Pedro, responsável pela segurança do príncipe regente. Ele era uma das poucas testemunhas vivas que Pedro Américo pôde consultar para criar o quadro Independência ou Morte.

(5) Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão 

O paulistano Manuel era amigo de D. Pedro, um defensor da independência e um dos mais ricos proprietários de terras de São Paulo. (Era dono, inclusive, das terras que se tornaram o município paulista de Campos do Jordão.)

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A comitiva do príncipe regente estava passando pelas terras do Brigadeiro Manuel quando chegaram as cartas. Embora Pedro Américo tenha incluído o paulistano na pintura, ele não fazia parte da cena original.

(6) Luís de Saldanha de Brito

O carioca era da família que recebeu D. Pedro e a corte portuguesa no Brasil. Na época do quadro, atuava como secretário de Estado. Foi um diplomata brasileiro durante o reinado de D. Pedro e faleceu com o título de marquês de Taubaté.

O quadro “Independência ou Morte” foi restaurado e faz parte do acervo do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (também conhecido como Museu do Ipiranga). Fechado para visitas desde 2013, o museu será aberto para o público geral a partir do dia 8 de setembro.

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