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Quando inventamos a civilização?

A primeira grande civilização da história, segundo a Bíblia, teria sido a egípcia. Mas várias escavações já demonstraram que o livro sagrado está errado

Por Maurício Manoel
Atualizado em 23 mar 2017, 17h37 - Publicado em 31 jul 2008, 22h00
PIRÂMIDES MEXICANAS
(benebek/iStock)

1839 – PIRÂMIDES MEXICANAS

A DESCOBERTA: O americano John Lloyd Stephens encontra as ruínas de Palenque. O mundo é apresentado à civilização maia, que se desenvolveu a milhares de quilômetros do Egito antigo.

O QUE EXPLICA: Palenque desafiava a teoria de que a civilização só poderia ter surgido no Oriente Médio e se espalhado pelo mundo – era o difusionismo, uma tese tão inabalável na época que levou à conclusão de que os egípcios ajudaram a erguer as pirâmides no México.

ASSÍRIOS E SUMÉRIOS
(Reprodução/Domínio Público)

1869 – ASSÍRIOS E SUMÉRIOS

A DESCOBERTA: Numa biblioteca em Berlim, o alemão Jules Oppert consegue traduzir textos da civilização assíria e encontra referências aos ancestrais desse povo.

O QUE EXPLICA: Essas citações provaram a existência de uma civilização ainda mais antiga que a assíria, que Oppert batizou de suméria. Eram novas evidências de que os egípcios não tinham sido os inventores da civilização.

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TÚMULOS DO EGITO
(Reprodução/Creative Commons)

1894 – TÚMULOS DO EGITO

A DESCOBERTA: No sul do Egito, o britânico Flinders Petrie descobre 3 mil covas rasas. Ele acredita que os corpos são de ancestrais dos egípcios – talvez sumérios.

O QUE EXPLICA: Ao mesmo tempo em que reafirmava a existência de um povo anterior ao do Egito antigo, o arqueólogo errou feio ao sugerir que os sumérios teriam dado origem à civilização egípcia – como previa o difusionismo.

VÁRIAS ORIGENS
(Reprodução/Creative Commons)
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1940 – VÁRIAS ORIGENS

A DESCOBERTA: Estudando as culturas egípcia e suméria, o arqueólogo holandês Henri Frankfort descobre que elas tinham visões de mundo completamente diferentes.

O QUE EXPLICA: Se o difusionismo estivesse correto, as culturas egípcia e suméria seriam parecidas. Frankfort propõe uma nova teoria: a civilização teria começado simultaneamente em diferentes pontos do mundo.

TUMBA DE PACAL
(el comandante/Creative Commons)

1952 – TUMBA DE PACAL

A DESCOBERTA: O mexicano Alberto Ruiz Lhuillier descobre que a pirâmide na qual o rei maia Pacal foi sepultado é a única em toda a cidade de Palenque usada como tumba.

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O QUE EXPLICA: Se ainda restava alguma dúvida, ela acabou com a descoberta de Lhuillier: os maias não tinham ido buscar inspiração no Egito antigo para construir suas pirâmides, nem contaram com a ajuda de outra civilização para erguê-las.

IMPÉRIO ZAPOTECA
(luis garcia/Creative Commons)

1966-1981 – IMPÉRIO ZAPOTECA

A DESCOBERTA: O americano Kent Flannery escava no vale de Oaxaca, sul do México, as ruínas do Império Zapoteca. E encontra sinais de uma casa construída por volta de 1300 a.C.

O QUE EXPLICA: Flannery constatou que, ao longo de séculos, os padrões da vida cotidiana dos zapotecas – como a disposição dos cômodos numa habitação – continuaram os mesmos. Ou seja: eles sempre foram diferentes dos egípcios.

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