Tiago Cordeiro
Não conheço ninguém que tenha ganhado tantos obituários em vida quanto Steve Jobs. Nos últimos sete anos, a cada novo problema de saúde, a cada cirurgia ou afastamento da Apple, todo mundo da imprensa corria para tentar, de novo, explicar sua importância, suas origens, as maiores criações. Tanta insistência em fazer balanços faz todo sentido. É muito difícil compreender Jobs. Como explicar um cara abandonado pela mãe que depois se recusou a reconhecer a primeira filha? Um jovem que largou a faculdade, mas criou uma empresa com o objetivo de desenvolver computadores para universidades? Um nerd que adorava LSD e passou uma temporada na Índia? Um budista que humilhava os funcionários em público? As frases que chegam mais perto de explicar o fenômeno são contraditórias. “Ele não criou nada, mas criou tudo”, diz o CEO que mais durou na Apple, fora o próprio Jobs, John Sculley – o homem que conseguiu com que Steve fosse expulso da empresa que criou dentro de um quarto. Agora, uma coisa é bem clara para todos: o hoem era um gênio. E daqueles influentes, que fazem a cabeça das pessoas. Começou a carreira inaugurando a era dos computadores pessoais e terminou reinventando tudo de novo com o iPad. Mudou o cinema, a publicidade, a música, a telefonia. Para revolucionar tantos mercados, atirou para todos os lados. Não teve medo de correr riscos, nem de mudar de opinião no meio do caminho. Nas próximas páginas, você vai mergulhar de cabeça na vida e na obra desse homem tão complicado e decisivo para nossa vida. Boa sorte no desafio que é entendê-lo.