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Esqueleto completo de cavaleiro medieval é descoberto sob antiga sorveteria na Polônia

Enterrado há mais de 700 anos, homem possui uma lápide esculpida que indica possível posição de destaque na sociedade.

Por Luiza Lopes
27 jul 2025, 14h00

Durante escavações no centro histórico de Gdańsk, cidade costeira no norte da Polônia, arqueólogos encontraram o esqueleto completo de um cavaleiro medieval enterrado sob o que foi, por décadas, um ponto comercial bastante conhecido da região. O terreno abrigava a sorveteria Miś, inaugurada em 1962 e recentemente transferida para outro endereço.

A descoberta começou no início deste mês, quando a equipe do Laboratório Arqueológico e de Conservação ArcheoScan identificou uma lápide de calcário gravada com a imagem de um guerreiro em armadura, empunhando espada e escudo. 

A pedra, posteriormente datada entre os séculos 13 e 14, foi removida do local em 8 de julho e levada ao Museu Arqueológico de Gdańsk. Dois dias depois, os arqueólogos encontraram, logo abaixo da laje, um esqueleto humano em notável estado de preservação.

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“De acordo com análises preliminares, era um homem forte, com mais de 40 anos. Tinha cerca de 1,70 m de altura, talvez mais. Esse era o tamanho médio dos homens em Gdańsk na Idade Média. As mulheres, em média, eram 10 cm mais baixas”, disse a antropóloga Aleksandra Pudło, responsável pela análise dos restos mortais, em comunicado

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Embora o crânio esteja mais desgastado, o conjunto ósseo foi descrito como “muito bem preservado”. Ainda não se sabe a identidade do cavaleiro nem a quem ele servia. 

“A lápide está surpreendentemente bem preservada, considerando que foi entalhada em calcário macio e ficou enterrada por séculos”, afirmou Sylwia Kurzyńska, arqueóloga e diretora da ArcheoScan, à CNN. 

Fotografia de uma sepultura descoberto na escavações arqueológicas.
(Piotr Wittman/Prefeitura da cidade de Gdansk/Divulgação)
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“O cavaleiro aparece em pé, com a espada erguida. Só uma pequena parte dessas lápides incluía representações dos falecidos e, entre essas, a maioria trazia apenas gravuras simplificadas em placas planas, feitas para pisos de igrejas. Todas as evidências sugerem que o falecido pertencia à elite social – muito provavelmente um cavaleiro ou comandante altamente respeitado”, acrescentou. 

Durante a Idade Média, Gdańsk foi palco de disputas entre diversas forças. A cidade foi tomada no início do século 13 pela Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, um grupo militar católico de origem alemã. Antes disso, a região era controlada pela dinastia Sobiesław, ativa entre os séculos 11 e 12. Sem uma datação precisa da sepultura, ainda não é possível afirmar se o enterro ocorreu antes ou depois da invasão teutônica. A ausência de brasão de armas também dificulta a identificação direta do personagem.

A descoberta se soma a outras importantes feitas no mesmo terreno desde que ele foi transformado em um sítio arqueológico, há dois anos. A empresa que adquiriu o lote para futuros empreendimentos teve que realizar escavações obrigatórias antes do início das obras – e acabou revelando camadas inteiras de história soterrada sob a cidade moderna.

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Em 2024, arqueólogos identificaram ali os restos de uma igreja de madeira datada de cerca de 1140, considerada a mais antiga já encontrada em Gdańsk. Com 14 por 14 metros, o templo medieval foi acompanhado por um cemitério com mais de 200 sepulturas, das quais apenas oito apresentavam lápides (incluindo a do cavaleiro).

Também foram localizados vestígios de casas do século 12 e 13 e uma antiga rua da cidade medieval. “Era um espaço de poder, fé e sepultamento – um local de importância simbólica e estratégica na história de Gdańsk”, destacou Kurzyńska.

Com base na qualidade da lápide e na raridade da sepultura, os especialistas acreditam que esta pode ser a única tumba desse tipo já encontrada na Polônia. Por isso, o objeto passará por uma série de análises detalhadas, incluindo modelagem em 3D, para tentar reconstituir sua aparência original e decifrar os elementos perdidos com o tempo.

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Já o esqueleto passará por um exame antropológico aprofundado, que deve fornecer mais pistas sobre a saúde, alimentação, possíveis doenças e até a origem geográfica do indivíduo. Segundo Pudło, os resultados podem começar a ser divulgados já no próximo ano.

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