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Escandinavos chegaram na Inglaterra antes dos vikings e anglo-saxões

Estudo partiu dos restos de um possível gladiador romano enterrado na Inglaterra. Entenda.

Por Eduardo Lima
2 jan 2025, 16h00

A Inglaterra, o maior país da ilha da Grã-Bretanha, deriva seu nome de “Englaland”, que em inglês antigo significava “terra dos anglos”. Apesar do nome, um novo estudo de análise comparativa de DNA mostrou que pessoas com ascendência escandinava chegaram na região muito antes dos habitantes que deram nome ao país, ou mesmo antes dos vikings que atacaram a Grã-Bretanha em 793 d.C.

Esse estudo, que se pretende a fazer uma “história genômica” da Europa no início da Idade Média, foi publicado na revista Nature no primeiro dia de 2025. A equipe internacional de cientistas encontrou evidências genéticas de migração escandinava para áreas próximas ao Império Romano a partir do primeiro século da Era Comum.

Isso ficou claro quando eles analisaram o genoma de um possível soldado romano enterrado em York, cidade histórica da Inglaterra (adivinha de onde vieram os ingleses que deram o nome para Nova York?). Ele viveu na Grã-Bretanha entre os séculos 2 d.C. e 4 d.C. – e era 25% escandinavo.

Antes disso, o consenso entre os pesquisadores era que essa genética escandinava tivesse chegado só a partir do século 5 d.C., quando os primeiros anglo-saxões chegaram à terra dos anglos. Esse povo, formado por várias tribos germânicas e alguns grupos bretões (que já habitavam a Grã-Bretanha), criou uma nação inglesa, desenvolveu o inglês antigo e começou a formar a identidade cultural que os habitantes da região carregam até hoje.

Junto dos anglo-saxões que dominaram a Grã-Bretanha, começaram a chegar os escandinavos. Os vikings – termo amplo que se refere aos escandinavos que invadiram e colonizaram várias partes da Europa entre os séculos 8 e 11 – chegaram na ilha britânica em 793 d.C., com o ataque ao monastério de Lindisfarne. Mas a genética escandinava já estava presente na região pelo menos 400 anos antes.

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Migrações desde o século 1 d.C.

O homem romano (que talvez tenha sido um gladiador enterrado em York) é só uma parte do grande (e complicado) estudo do panorama genético da Europa no início da era medieval.

Novas formas de estudar DNAs antigos têm possibilitado descobertas fantásticas sobre como os humanos modernos se relacionaram com os neandertais ou entre si, mesclando as heranças genéticas de populações diferentes. É um pouco mais difícil, porém, fazer isso com a Europa do primeiro milênio da Era Comum, porque os grupos tinham muitas similaridades genéticas.

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Em vez de considerar todas as diferenças genéticas entre as populações, os cientistas focaram em mutações nos genomas que aconteceram nos últimos 30 mil anos – período minúsculo em termos evolutivos, com mudanças sutis. Isso facilita a comparação detalhada entre populações com muitas semelhanças genéticas. Esse método foi usado para analisar os genomas de mais de 1.500 pessoas que viveram na Europa entre 500 a.C. e 1000 d.C.

As descobertas do estudo batem com a história oral dos bárbaros germânicos, que tanto colaboraram como invadiram o Império Romano ocidental, que caiu no século 5 d.C. De acordo com a tradição dessas tribos, seus ancestrais vieram da Escandinávia ou de áreas onde hoje fica o norte da Alemanha. Essas ondas de migração em direção ao sul são corroboradas pelos dados genéticos.

Além das migrações de escandinavos em direção ao sul da Europa, o estudo também encontrou uma onda migratória da região central do continente à Escandinávia entre os séculos 6 d.C. e 9 d.C., que ajuda a explicar a diversidade genética dos vikings.

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