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Enorme cidade maia “perdida” é encontrada por acidente no sul do México

Pesquisadores descobriram o centro urbano Valeriana quando analisavam uma base de dados de 2013; entenda.

Por Bruno Carbinatto
3 nov 2024, 16h00

Usando técnicas avançadas de mapeamento com laser, arqueólogos descobriram uma cidade maia no estado do Campeche, no sul do México. Nomeada “Valeriana” pelos pesquisadores, o local foi um importante centro urbano: continha diversas estruturas de pedra, incluindo grandes e imponentes pirâmides típicas da arquitetura daquele povo, encontradas também em cidades icônicas como Chichén Itzá e Tikal.

Segundo a equipe, Valeriana possivelmente abrigou um número significativo de pessoas – entre 30 mil e 50 mil – no seu auge, que durou entre os anos 750 e 850. Em termos de densidade de construções, o local parece só ficar atrás de Calakmul, outro sítio arqueológico importantíssimo da civilização maia, também no estado do Campeche.

A descoberta não foi feita com escavações, mas sim com técnicas de laser que permitem mapear sítios arqueológicos.

O nome da tecnologia é Lidar (sigla de light detection and ranging, ou “detecção de luz e alcance”), e ela consiste em, basicamente, drones enviando milhões de feixes de laser para o solo. Quando o laser encontra um objeto ou estrutura, é refletido de volta para o aparelho. O tempo que a luz demora para voltar varia de acordo com a distribuição dos objetos estudados, então dá para fazer um mapa 3D do que está escondido sob a floresta.

O problema é que fazer pesquisa com Lidar é algo caro – e não dá para arqueólogos empregarem a técnica a seu bel-prazer, especialmente para vasculhar áreas aleatórias em busca de possíveis sítios arqueológicos que talvez nem existam.

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A equipe do novo estudo contornou o problema com uma sacada inteligente: outros estudos com Lidar já tinham sido feitos naquela região para analisar, por exemplo, a cobertura vegetal, o desmatamento e a ecologia do local. Essas mesmas pesquisas tinham gerado uma base de dados que poderia conter sítios arqueológicos, mas que nunca foram identificados antes porque não foram analisados com esse objetivo.

Ilustração detalhada do núcleo do sítio Valeriana.
Mapa das estruturas maias encontradas, construído via Lidar. (Luke Auld-Thomas et al/Cambridge University Press/Reprodução)

Foi revisitando dados de uma pesquisa ambiental de 2013 que os pesquisadores encontraram 6.674 estruturas maias inéditas até então, incluindo as que formam a cidade de Valeriana. A descoberta foi, basicamente, por acidente: os cientistas não tinham certeza se encontrariam algo mesmo.

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Na cidade de Valeriana, foram identificadas pirâmides, praças, casas, quadras de esportes, anfiteatros, ruas e um reservatório de água, revelando um importante e pujante centro urbano.

Agora, os cientistas planejam, no futuro, expedições para escavar o local, e ver ao vivo o que foi descoberto pelos lasers.

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Segundo os autores, o novo estudo é também um lembrete sobre quantas outras cidades e resquícios de civilizações antigas ainda podem estar por aí, esperando para serem identificadas, debaixo de florestas, fazendas ou mesmo do chão que pisamos no dia a dia.

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