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Egípcios caçavam crocodilos só para transformá-los em múmias

Sepultados junto a entes queridos, répteis ajudavam a movimentar o comércio de animais embalsamados da época. Entenda.

Por Ingrid Luisa
24 set 2019, 18h51 • Atualizado em 27 set 2019, 16h50
  • Os egípcios eram obcecados pela arte da mumificação. Além de seres humanos, sabe-se que gatos, raposas, macacos, cavalos, leões e outros bichos também foram habilmente preservados graças a essa técnica.

    A lógica era a mesma para todos: acontecia porque a sociedade do Antigo Egito acreditava na vida após a morte. De acordo com a crença, um dia o espírito iria voltar ao corpo, e, por isso, o “receptáculo” precisaria estar plenamente preservado. A tradição era tão forte na cultura que abrangia qualquer um. Um plebeu não era mumificado da mesma forma que um Faraó, é claro – existiam técnicas mais avançadas para os nobres e técnicas mais simples para a plebe – mas absolutamente todos zelavam pelos corpos de seus entes queridos.

    E pelos corpos dos bichos. Para os egípcios, muitos animais representavam intermediários entre mortais e deuses, ou até mesmo encarnações de diferentes deidades. Por isso mumificá-los e guardar essas espécies nos túmulos era algo muito valorizado.

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    Você, leitor, pode estar se perguntando agora: “Ok, SUPER, mas se existe um monte de bicho mumificado, o que tem de especial o fato de crocodilos também serem?”.

    Na verdade, a questão não é nem o animal mumificado, mas a forma com que ele era obtido. Em um dado momento, o embalsamamento de bichos acabou virando uma “indústria” no Egito Antigo. Como não dava pra sempre esperar uma morte natural do bicho para produzir uma múmia dele, o jeito era garantir um suprimento constante.

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    Surgiram, então, os fabricantes de espécies embalsamadas. Eles contavam com uma série de estratégias de obtenção – desde recuperação de carcaças de animais selvagens até a criação de animais com o único objetivo de garantir múmias no futuro.

    Agora, cientistas da Universidade Paul Valéry, de Montpellier, na França, atestaram que também havia uma outra opção, um pouco mais cruel: a caça. Egípcios matavam animais selvagens em seu habitat natural só para mumificar. De acordo com os pesquisadores, essa é a primeira evidência concreta da caça de animais com esse fim.

    O grupo chegou a essa conclusão a partir de uma “autópsia virtual” em uma múmia de crocodilo com cerca de 2.000 anos. A peça foi descoberta por arqueólogos que escavaram a cidade de Kom Ombo, no Egito, no início do século 20.

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    No estudo, os autores relatam ter se surpreendido ao encontrar uma lesão grave na cabeça do réptil. “A causa mais provável de morte é uma séria fratura no crânio que causou um trauma direto no cérebro”, escrevem. “O tamanho da fratura, bem como sua direção e forma, sugerem que ela foi feita por um único golpe, provavelmente com um grosso taco de madeira”.

    Hoje, o tal crocodilo é uma das 2.500 múmias de animais expostas no Museu das Confluências, em Lyon, na França. Com base nos resultados da nova análise, o animal, um crocodilo macho com cerca de um metro e meio de comprimento, tinha de 3 a 4 anos de idade no momento em que foi sacrificado. Segundo as crenças egípcias, os crocodilos estavam associados a Sobek, deus da fertilidade que tinha cabeça de um réptil e corpo de homem.

    O estudo foi publicado na revista científica Journal of Archaeological Science.

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