Como mudar de religião
Interessado em uma guinada espiritual? Saiba que nem sempre é fácil se converter. Conheça os critérios usados por cada doutrina para aceitar fiéis
Fé
Para estas religiões, tudo pode ser, só basta acreditar.
É na base do autobatismo: se acreditar nas práticas e valores do espiritismo de Allan Kardec, pode se declarar um espírita.
Basta dizer com convicção “Deus é único, e Maomé, Jesus e Abraão são mensageiros de Deus” – um testemunho de fé chamado Shahada.
Passe livre se você frequentar os terreiros. Só crianças e potenciais médiuns são batizados, para neutralizar os efeitos da religião anterior.
Aceitação
Nestas, os líderes precisam reconhecer sua devoção.
Budismo
Em algumas linhas do budismo, a conversão depende de uma cerimônia. Na teravada, tida como a mais conservadora, é preciso recitar votos diante de um monge, como os de “não destruir seres vivos” e “abster-se de substâncias que intoxicam”.
Pentecostalismo
Varia de acordo com a igreja. Na Assembleia de Deus, a maior no Brasil, é preciso frequentar o culto e ser batizado, dizendo frases como “Ide pelo mundo, pregai o evangelho. Quem crê e for batizado será salvo, quem não crê será condenado”.
Disciplina
As mais rigorosas: são muitas provas até a conversão.
Judaísmo
Peça a conversão três vezes ao rabino. Pra testar sua fé, ele só aceitará na última. Aí vêm um ano de estudo e uma avaliação por rabinos. Homens vão para a circuncisão. Mulheres, para a etapa seguinte: um banho em que devem submergir três vezes.
Catolicismo
Passe pelo batismo e fique um ano estudando a Bíblia. Depois faça a comunhão – você receberá a hóstia, mostrando que acredita em Cristo. Os últimos passos são a confissão ao padre e a crisma (cerimônia de confirmação dos votos de fé).
Hinduísmo
Ofereça serviços ao templo, como limpar e cozinhar. Um mestre orientará você, então, no estudo da religião. Você receberá um nome espiritual e aprenderá a se desapegar de bens materiais – como o seu cabelo, que será todo raspado.
Fontes: Cesar Perri, diretor da Federação Espírita Brasileira; dom Pedro Luiz Stringhini, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Região Belém; Krishna Priya Ananda, presidente da Sociedade Gita Internacional do Brasil; lama Padma Samten, diretor do Centro de Estudos Budistas Bodisatva; pastor Aécio Ribeiro, consultor teológico da Assembléia de Deus Bom Retiro; rabino Ruben Sternschein, da Congregação Israelita Paulista; Ricardo Sasaki, diretor do Centro de Estudos Buddhistas Nalanda; Rubens Saraceni, presidente do Colégio de Umbanda Pai Benedito Sagrado; xeque Jihad Hassan Hammadeh, vice-presidente da Associação Mundial da Juventude Islâmica.