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Bento Teixeira: como a Inquisição perseguiu e matou o primeiro poeta brasileiro

Ele escreveu o poema que fundou o Barroco no Brasil. Mas foi preso pela heresia de "judaizar".

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 24 jun 2025, 08h05 - Publicado em 22 jun 2025, 19h00

Você talvez se lembrar das aulas de literatura na escola: a primeira “escola literária” do Brasil foi o chamado Quinhentismo, um movimento marcado pela produção de textos religiosos e informativos, como cartas e relatos de viagens, bem no comecinho da colonização. A Carta de Pero Vaz de Caminha, o primeiro relato dos portugueses contando da nova terra, é a obra mais conhecida desta época.

O primeiro movimento realmente artístico e laico, porém, foi o Barroco, inaugurado com o poema épico Prosopopeia, publicado em 1601.

O que você talvez não saiba é que o autor da obra, Bento Teixeira, foi perseguido e preso pelo Tribunal do Santo Ofício, o órgão português responsável pela Inquisição. Por quase três séculos, o tribunal religioso perseguiu os chamados “hereges”, com foco em oprimir os que mantinham tradições judaicas.

Bento Teixeira nasceu em Portugal, migrou do Porto para o Brasil ainda na infância e passou a viver em Pernambuco. Ele era um “cristão-novo”, ou seja, de família que era judaica, mas foi obrigada a se converter ao cristianismo pelo governo português, que proibiu o judaísmo no país em 1497. Os cristãos-novos eram perseguidos pela Inquisição sob a acusação de “judaizar”, ou seja, secretamente continuar com a religião judaica na vida privada, o que era uma heresia grave para a Igreja Católica.

Na primeira visita da Inquisição ao País, que começou em 1591, o professor Teixeira foi denunciado ao tribunal por ser judeu, zombar da Igreja Católica, traduzir a Bíblia e outras heresias. 

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A principal denunciante foi sua própria esposa, a cristã-velha Felippa Raposa. Em 1594, provavelmente após saber da denúncia, o poeta matou a mulher a facadas, acusando-a de infidelidade reiterada com vários amantes.

Foi capturado em 1595 pela Inquisição e levado a Lisboa para ser julgado – não pelo feminicídio, que passou impune, mas sim por ser judeu. Ficou preso por quatro anos. Para escapar da morte pela fogueira, confessou seus crimes e reafirmou sua fé católica. Morreu no cárcere em 1600, de tuberculose (as prisões, vale lembrar, tinham condições péssimas de higiene e saúde). Prosopopeia foi publicado postumamente, um ano depois.

Essa é apenas uma das histórias que marcam a atuação da Inquisição no Brasil; leia a reportagem completa sobre o tema aqui

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Náufrago & Propsopopeia

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