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Arqueólogos encontraram cidade zapoteca escondida no México

Cidade já era conhecida por registros históricos do século 16, mas foi só com uma nova tecnologia de laser que os pesquisadores conseguiram encontrá-la.

Por Eduardo Lima
22 fev 2025, 19h00

Arqueólogos identificaram, pela primeira vez, as ruínas de uma cidade de 600 anos do povo zapoteca, indígenas nativos do Vale do Oaxaca, no sul do México.

Os pesquisadores encontraram a cidade escondida com uma técnica inovadora chamada LiDAR, sigla que vem de Light Detection and Ranging, ou “detecção de luz e alcance”. Trata-se de um sensor que usa lasers para avaliar a topografia de uma área.

Com o aparelho pendurado a um avião ou helicóptero, milhões de pulsos de laser são enviados do LiDAR para o solo. O sensor calcula quanto tempo leva para os feixes de luz atingirem o chão – ou alguma construção – e voltarem até a aeronave. Assim, é possível encontrar estruturas escondidas debaixo das copas de árvores, como alguns arqueólogos estão fazendo na Amazônia.

A cidade do século 15, chamada de Guiengola, foi rastreada com LiDAR em dezembro de 2022. O estudo que descreve as ruínas foi desenvolvido pelo pesquisador Pedro Guillermo Ramón Celis, da Universidade McGill, no Canadá. A pesquisa completa pode ser conferida no periódico Ancient Mesoamerica.

Cidade grande (para os padrões zapotecas)

A cidade de Guiengola foi estabelecida pelos zapotecas entre os séculos 14 e 15, perto do oceano Pacífico. Os pesquisadores já sabiam que essa cidade existia por causa de registros históricos em textos espanhóis, mas escavações na área não conseguiram revelar as ruínas da cidade – até agora.

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O LiDAR conseguiu mapear a cidade inteira, que se estendia por 360 hectares, com mais de 1.100 edifícios, quatro quilômetros de muralhas e um rio correndo nos arredores. A cidade tinha uma rede de ruas internas, além de um traçado urbano organizado, com vários templos e espaços comunitários, como quadras. As elites viviam em um bairro diferente dos cidadãos comuns.

Outra descoberta foi um complexo de 2250 m², que provavelmente era a residência dos líderes poderosos de Guiengola. Estima-se que a cidade tenha sido habitada por mais ou menos 150 anos, entre 1350 e 1500. Ela foi abandonada algumas décadas antes dos europeus chegarem à região, em 1521.

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Guiengola não era um vilarejo minúsculo: a cidade deve ter tido pelo menos 5.000 pessoas vivendo ali de forma permanente. Os zapotecas estavam no processo de conquista do istmo de Tehuantepec, e a cidade de Guiengola provavelmente foi um campo de batalha entre eles e os astecas em 1497.

Algumas estruturas detectadas com o LiDAR, como montinhos de milhares de pedras perto do rio, podem ser evidências dessa batalha, já que os astecas tinham o costume de usar rochas e fundas na guerra. Depois de triunfar sobre os astecas, os zapotecas garantiram a região e provavelmente saíram de Guiengola, que ficava entre as montanhas, e foram para uma área 20 km ao sul de onde hoje fica a cidade de Tehuantepec.

Agora que o LiDAR revelou estruturas na região que os arqueólogos no trabalho de campo não tinham encontrado, Celis pretende voltar para a região para estudar a área, agora já equipado com o mapa da cidade.

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