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Arqueólogos encontram novos fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto

Além dos fragmentos contendo textos bíblicos, os pesquisadores também encontraram um esqueleto infantil mumificado, um cesto de 10 mil anos, pontas de flecha e outros artefatos.

Por Carolina Fioratti
17 mar 2021, 19h08

Nesta terça-feira (16), arqueólogos israelenses mostraram ao mundo seu mais recente achado: uma série de novos fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto, documento conhecido por lançar luz sobre a história do judaísmo e sobre a sociedade antes e depois de Cristo. É a primeira vez em 60 anos que cientistas voltam a se deparar com evidências do tipo no deserto da Judeia. 

Os fragmentos foram encontrados durante uma expedição na “Caverna dos Horrores”, que recebe esse nome por ter sido o ponto de encontro de 40 esqueletos humanos durante escavações na década de 1960. Os escritos datam de 1,9 mil anos atrás e foram escondidos, provavelmente, durante a Revolta de Barcoquebas (Bar Kokhba), quando judeus fugiram para as cavernas com suas famílias com a intenção de se esconder dos romanos.

Nos fragmentos, há versículos traduzidos em grego dos livros proféticos de Zacarias e Naum, do Antigo Testamento – além do nome de Deus escrito em hebraico. Os pesquisadores conseguiram reconstruir uma passagem do texto de Zacarias, que dizia: “Estas são as coisas que vocês devem fazer: Digam a verdade uns aos outros, faça justiça verdadeira e perfeita em seus portões. E não planejem o mal uns contra os outros, e não amem o perjúrio, porque isso tudo são coisas que eu odeio – declara o Senhor.” 

Os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados pela primeira vez por um grupo de pastores de cabras em 1947. Eles trazem as primeiras cópias conhecidas de quase todos os livros da Bíblia Hebraica, exceto do Livro de Ester e do Livro de Neemias. Os textos foram considerados uma das descobertas arqueológicas mais importantes do século 20 por pesquisadores.

A expedição faz parte de um projeto nacional de Israel que teve início em 2017. As autoridades tinham como objetivo evitar o roubo de antigos documentos e artefatos que ainda pudessem estar pelas cavernas do deserto da Judeia. De acordo com os pesquisadores, as condições áridas do deserto contribuíram para a preservação natural dos materiais encontrados. 

Além dos fragmentos de pergaminho, os cientistas também encontraram na Caverna dos Horrores um esqueleto infantil mumificado de seis mil anos e uma cesta que foi descrita como a mais antiga do mundo, datando mais de 10 mil anos. Em outras cavernas da região, os arqueólogos encontraram retalhos de tecido, sobras de sandália, pontas de flecha e moedas, provavelmente deixadas no local durante a Revolta de Barcoquebas.

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