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Arqueólogos encontram as pontas de projéteis mais antigas das Américas

Os artefatos de 16 mil anos ajudam a entender melhor sobre o passado da região e as origens da tecnologia utilizada

Por Leo Caparroz
29 dez 2022, 18h53

Um estudo publicado na revista Science Advances apresentou a descoberta de 14 pontas de projéteis no estado americano de Idaho. Segundo os arqueólogos da Oregon State University, esses exemplares são milhares de anos mais antigos do que qualquer outro encontrado anteriormente nas Américas.

Completas ou fragmentadas, elas são afiadas como lâminas e variam de 12 a 50 milímetros de comprimento. A datação de carbono apontou a origem em aproximadamente 16 mil anos atrás.

Lascas simples e pedaços de ossos já haviam sido encontrados na região; embora já confirmassem a presença humana há cerca de 16.000 anos, o novo achado revela informações adicionais sobre a maneira como os primeiros habitantes do continente desenvolveram sua tecnologia.

“Do ponto de vista científico, essas descobertas acrescentam detalhes muito importantes sobre como é o registro arqueológico dos primeiros povos das Américas”, conta Loren Davis, professor de antropologia da Universidade e chefe da equipe que encontrou as pontas. “Uma coisa é dizer: ‘Achamos que as pessoas estiveram aqui nas Américas há 16.000 anos’; outra coisa é medir isso encontrando artefatos bem feitos que eles deixaram para trás.”

As pontas provavelmente estavam presas a dardos, em vez de flechas ou lanças e, apesar do tamanho pequeno, eram armas mortais.

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“Existe uma suposição de que tinham que ser grandes para matar animais grandes,” afirma Davis. “No entanto, pontas de projéteis menores montadas em dardos penetram profundamente e causam danos internos tremendos. Você pode caçar qualquer animal que conhecemos com armas como essas.”

As pontas são impressionantes não apenas pela sua idade, mas também pela sua semelhança com itens do mesmo tipo encontrados em Hokkaido, no Japão, datados de 16.000 a 20.000 anos atrás. Segundo os pesquisadores, a descoberta americana acrescenta mais força à hipótese de que os povos do nordeste da Ásia e da América do Norte tiveram alguma forma de contato.

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