Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

Arqueologia real – Carta do Editor

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h28 - Publicado em 31 jul 2008, 22h00

Eduardo Lima, editor

Vá até a esquina, compre um despertador do primeiro ambulante que encontrar e enterre-o em seguida. Mil anos depois, voilá: ele será um artefato arqueológico de extraordinário valor. Os R$ 5 que você pagou terão se transformado em milhões. E os arqueólogos farão descobertas fantásticas a partir de um objeto tão besta quanto um despertador de camelô. Sim, porque ele pode “falar” muita coisa sobre a sociedade que o produziu. Da análise de suas engrenagens, sairiam conclusões sobre o quanto aquele povo dominava a engenharia mecânica. O estudo de suas ligas metálicas indicaria até que ponto ele evoluiu na metalurgia. E pela comparação com despertadores encontrados em outros lugares do mundo, os arqueólogos descobririam quais sociedades foram mais ou menos evoluídas.

A arqueologia funciona assim, esbarrando o tempo todo com outros ramos da ciência, como a antropologia e a paleontologia. Na verdade, tendo a acreditar que arqueólogos são uma espécie de polícia técnica da história. Eles chegam à “cena do crime” e encontram as provas. Com uma diferença fundamental: jamais dão o caso por encerrado. Ainda bem! Se não fosse assim, hoje estaríamos convencidos de que os antigos egípcios ajudaram os maias a erguer suas pirâmides no México e na América Central. “Toda interpretação do passado deve ser provisória”, escreve acertadamente o repórter Reinaldo José Lopes no texto de introdução deste especial. E é justamente aí que está a graça da arqueologia.

Aqui não há muito espaço para Indiana Jones nem para lendas ou crendices, como a tal história de extraterrestres ajudando a erguer monumentos no Egito dos faraós. O que nos interessa é a arqueologia real, do passado e do presente. Nas próximas páginas, o que não falta é aventura, descobertas extraordinárias, fotos incríveis e histórias humanas inesquecíveis. Prepare-se para uma viagem ao passado mais remoto da humanidade, passando por todas as grandes civilizações que deixaram suas marcas pelo mundo.

Publicidade