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Após quase cem anos, túneis subterrâneos em Roma serão reabertos ao público

Rede de cavernas guarda vestígios de uso popular desde a Antiguidade até a Segunda Guerra Mundial

Por Luiza Lopes
Atualizado em 5 ago 2025, 15h04 - Publicado em 29 jul 2025, 14h00

Após quase cem anos fechados, túneis subterrâneos localizados sob o Monte Capitolino, em Roma, na Itália, estão prestes a se tornar uma nova atração turística da cidade. 

Conhecido como Grottino del Campidoglio (ou Gruta Capitolina), o complexo será aberto ao público entre o final de 2026 e o início de 2027, após passar por obras de restauração e adaptação.

A rede de cavernas ocupa cerca de 3.900 metros quadrados e se estende por até 300 metros de profundidade. A área fica sob locais históricos como o Fórum Romano, o Teatro de Marcelo e a Praça Capitolina, a cerca de 21 metros abaixo da superfície. 

Segundo arqueólogos, parte dessas estruturas já era utilizada antes mesmo da era de Júlio César (100-44 a.C.).

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O local foi visitado recentemente com exclusividade pela CNN, que acompanhou a arqueóloga Ersilia D’Ambrosio pelos corredores úmidos e escuros da gruta, onde a temperatura fica em torno de 13 °C, bem abaixo dos 35 °C registrados na superfície durante o verão. 

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“Ninguém vê essas cavernas e túneis há mais de um século”, afirmou à emissora.

As cavernas tiveram diferentes funções ao longo dos séculos: serviram como pedreiras, cisternas, armazéns, lojas, tavernas e até moradias populares. No século 19, o local abrigava uma comunidade operária que vivia em habitações modestas construídas nas encostas da colina. 

O uso contínuo foi interrompido na década de 1920, quando Benito Mussolini ordenou o fechamento e o aterramento de grande parte dos túneis como parte de seu plano de modernização da capital italiana. O objetivo era estabilizar o monte e abrir espaço para novas intervenções urbanas.

Apesar disso, durante a Segunda Guerra Mundial, alguns trechos foram reabertos e usados como abrigo antiaéreo, com portas reforçadas e banheiros improvisados ainda visíveis. Segundo pesquisadores, havia inclusive uma pequena enfermaria instalada ali durante os bombardeios de 1943.

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A restauração do Grottino é conduzida pelo grupo de arquitetura Insula, especializado em conservação patrimonial. As obras incluem reforço estrutural, instalação de iluminação, acessibilidade e um sistema de ventilação forçada – necessário para controlar os níveis de radônio, gás natural emitido pelas rochas vulcânicas da região. 

Os trabalhadores são monitorados constantemente quanto à exposição ao gás, e filtros especializados serão instalados para purificar o ar.

Antes do início das obras, arqueólogos usaram escaneamento a laser para mapear o sistema de túneis e registrar marcas de escavações anteriores. Uma exposição permanente com imagens, vídeos e informações sobre o processo será instalada ao longo do percurso subterrâneo.

Parte das galerias ainda está sendo estudada. Durante os trabalhos iniciais, os arqueólogos encontraram alicerces que podem pertencer a uma estrutura pré-romana associada ao antigo Templo de Júpiter Capitolino, além de inscrições medievais e fragmentos de afrescos.

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Um sistema de monitoramento sísmico também será implementado para acompanhar possíveis movimentações do solo.

O trajeto será acessível apenas por visitas guiadas, com controle rigoroso de público para garantir a segurança dos visitantes e preservar a integridade da estrutura. Um museu será instalado em um nível superior, com objetos recuperados nas escavações e trazidos de volta dos depósitos dos Museus Capitolinos, como vasos, ânforas e argolas de ferro – possivelmente usadas para amarrar animais no interior da gruta.

Segundo D’Ambrosio, a experiência no Grottino foi concebida para reunir arqueologia e espeleologia, e deve atrair um público interessado em aspectos menos óbvios da história romana. 

“A área nunca foi aberta ao público da forma que será. Foi utilizada pela população, serviu como armazéns, lojas, tavernas, mas nunca como um local de visitação, como será agora”, concluiu.

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