Ricardo Torrico
Erro – Consumir a substância como se fosse alimento, ignorando que ela é um produto químico sem qualquer valor nutricional.
Quem – A maior parte da humanidade.
Quando – Desde que o homem universalizou o consumo de açúcar, há pouco mais de 400 anos.
Consequências – Epidemias mundiais de obesidade e diabetes, além de maior exposição ao risco de doenças degenerativas e alguns tipos de câncer.
Quem resiste a um doce bem gostoso? A julgar pelos números globais do açúcar refinado, pouca gente. Apenas os 5 maiores produtores do mundo (Brasil, Índia, União Europeia, China e Tailândia) colocam no mercado quase 100 milhões de toneladas da substância todo ano. O problema é que açúcar refinado não é alimento, é droga.
Caloria pura
Aç��car branco é resultado de um processo químico que retira da garapa todas suas fibras, proteínas, vitaminas e sais minerais. O que sobra é apenas a sacarose, riquíssima em carboidratos, à qual ainda são acrescentados clarificantes, antiumectantes, precipitadores e conservantes. Ou seja: o açúcar refinado é um produto químico, sem qualquer valor nutricional e 100% caloria.
Os males que o pó branco provoca à saúde, no entanto, vão muito além de uns quilinhos a mais quando se come muito doce. Ele é um dos grandes promotores – se não o maior – de epidemias mundiais de obesidade e diabetes, mas também está associado a quase todas as moléstias degenerativas – do ataque cardíaco ao derrame cerebral. E mais: algumas pesquisas científicas sugerem que o consumo de açúcar refinado pode estar na origem de alguns tipos de câncer, principalmente o de pâncreas.
Os brasileiros consomem, em média, 200 gramas de açúcar refinado por dia. Agora faça as contas: em um mês, o consumo individual é de aproximadamente 6 quilos; em um ano, de 72 quilos. Isso significa que, ao chegar aos 40, uma pessoa pode já ter deixado passar por seu organismo algo em torno de 3 toneladas da tal substância química que tanto prejuízo é capaz de trazer à saúde.
Oito colheres
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário de açúcar não ultrapasse 10% do total de calorias ingeridas por uma pessoa. Para uma dieta básica de aproximadamente 2 mil calorias, isso significa não mais do que 8 colheres rasas de chá. Mas vale lembrar que, nessa conta, não entra apenas o açúcar adicionado sob a forma de pó ao cafezinho, ao leite ou ao suco natural. É preciso considerar também a quantidade que já está presente, por exemplo, no refrigerante, na barra de chocolate, no pedaço de bolo ou no sorvete que consumimos quase sem perceber ao longo do dia.
Para adoçar a vida
Não há escolha recomendável, é preciso optar pelo “menos pior”
Açúcar refinado
Zero de valor nutricional e alto teor calórico (99 calorias por 100 gramas). Em sua composição estão presentes vários produtos químicos. A maioria dos médicos recomendam simplesmente bani-lo do dieta.
Açúcar mascavo
Alto teor calórico também (90 cal/100g), mas tem nutrientes como proteínas, gordura, cálcio, fósforo, ferro, vitaminas B e C, sódio, potássio, magnésio, cobre e zinco. Deve ser consumido com moderação.
Mel de abelha
Também apresenta elevado valor energético, embora seja bem menos calórico: aproximadamente 37 cal/100g. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem de 70 substâncias essenciais ao organismo.
Adoçante
Tão sintético quanto o açúcar refinado, é o mesmo calórico de todos (alguns apresentam 0 caloria). Mas pesquisas sugerem que ele pode causar cânceres, Alzheimer, esclerose múltipla e doenças cardiovasculares, entre outros males.