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4 aviões de passageiros que foram derrubados em zonas de guerra

Uma aeronave ucraniana caiu quarta no Irã, talvez atingida pelo sistema antiaéreo do país – em alerta após atrito com os EUA. Conheça tragédias similares.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 jan 2020, 15h55 - Publicado em 10 jan 2020, 15h42

Na madrugada de quarta (8), um Boeing 737 da companhia aérea UIA caiu no Irã logo após a decolagem. O PS752 ia de Teerã, capital do Irã, para Kiev, capital da Ucrânia. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas, mas há grandes chances de que o sistema de defesa antiaérea do Irã – que está em alerta máximo desde o assassinato do general Soleimani pelos EUA – tenha disparado acidentalmente contra a aeronave ucraniana. Essa opinião é compartilhada pela CIA, as autoridades inglesas e francesas e o New York Times, que divulgou um vídeo do momento do ataque cuja autenticidade foi verificada.

Não é a primeira, infelizmente, que um avião civil é atingido acidentalmente ao sobrevoar zonas de guerra ou ao penetrar o espaço aéreo de um país arisco. Relembre alguns casos – inclusive o mais recente, que ocorreu na Ucrânia em 2014.

Voo Malaysia Airlines 17

Em 2014, um Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines com 283 passageiros e 15 tripulantes que ia de Kuala Lumpur, na Malásia, a Amsterdã, na Holanda, foi abatido por um míssil antiaéreo russo da série Buk, de médio alcance. Não houve sobreviventes. A tragédia aconteceu no contexto da Guerra Civil na Ucrânia, um conflito que ainda está se desenrolando no extremo leste do país.

Separatistas russos contrariados pelas tendências pró-ocidentais do governo da Ucrânia (que é uma ex-URSS, mas se aproximou da União Europeia após a Guerra Fria) reivindicam a independência da região de Donbass, na fronteira do país com a Rússia. As investigações revelaram que o míssil foi disparado pelos separatistas, que são armados e apoiados por Putin – ainda que o governo russo negue qualquer responsabilidade.

Voo Iran Air 655

Um Airbus A-300 da Iran Air que percorria a rota entre Teerã, no Irã, e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos foi derrubado em 1988 enquanto sobrevoava o Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, por um míssil antiaéreo SM-2M3 disparado do navio de guerra americano USS Vincennes. Na época, o Irã estava há anos em uma guerra de trincheiras sangrenta com o Iraque, que era apoiado política e logisticamente pelos EUA e por outras potências ocidentais.

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Os EUA afirmam que a assinatura de radar do avião civil foi confundida com a de um caça F-14 iraniano (curiosamente, os iranianos usam aeronaves americanas compradas antes da revolução em 1970, quando o Irã, que costumava ser uma monarquia pró-Ocidente, se tornou uma teocracia de discurso antiamericano). Os iranianos rebatem dizendo que o sinal de transponder emitido pela aeronave era diferente do usado pelas forças armadas e podia facilmente ser identificado como civil.

Voo Korean Airlines 007

Em 1983, um caça soviético Su-15TM interceptou um Boeing 747 da companhia aérea Korean Arlines que havia decolado de Anchorage, no Alasca, em direção a Seul, capital da Coreia do Sul. Após alguns disparos de advertência, que não foram observados, o piloto foi autorizado a abater o alvo com mísseis. O 747 sobrevoava uma área restrita do espaço aéreo soviético acidentalmente graças a um erro no piloto automático –, e foi confundido pela equipe de terra soviética com um avião de espionagem.

O caça fez contato visual e identificou a aeronave como civil, mais foi ordenado a abatê-la de qualquer forma. Havia o medo de que os EUA estivessem utilizando a estratégia de que converter um Boeing civil para missões de inteligência com o intuito de camuflá-lo. Foi um dos momentos mais tensos da Guerra Fria após a Crise dos Mísseis de Cuba: 269 pessoas morreram, incluindo um congressista americano. 

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Voo Libyan Arab Airlines 114

O voo LN 114, um Boeing 727 que ligava Beirute, no Líbano, ao Cairo, no Egito, sobrevoava a Península do Sinai quando foi interceptado por dois caças F-4 Phantom israelenses. Na época, o Sinai estava ocupado por forças israelenses. O avião foi parar no espaço aéreo restrito após atravessar uma região de tempo instável e sofrer falhas nos equipamentos de navegação. Os pilotos israelenses fizeram contato visual e sabiam que era um voo civil. Ordenaram o pouso, mas a tripulação libanesa ignorou os sinais. Dos 104 à bordo, apenas 5 sobreviveram.

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