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Por que o Anima Mundi deste ano pode não acontecer

O tradicional festival de animação brasileiro perdeu seu principal patrocinador, e criou uma campanha de financiamento coletivo para a edição de 2019.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 23 out 2020, 19h12 - Publicado em 10 jun 2019, 19h14

A edição de 2019 do Anima Mundi, principal festival de animação do Brasil – e um dos mais importantes do mundo – pode não acontecer. O evento não contará com o patrocínio da Petrobras, principal apoiadora do projeto. Em abril, a empresa anunciou o corte para essa e outras 12 iniciativas culturais como parte de um plano de contenção de despesas.

Para viabilizar o evento, que está em sua 27ª edição, a equipe do Anima Mundi lançou uma campanha de financiamento coletivo, com o objetivo de arrecadar R$400 mil reais. Só que a iniciativa, que termina no próximo dia 27, levantou, até agora, R$156 mil – apenas 38% da meta.

“Se o objetivo não for batido, o festival terá de fechar as portas”, disse à SUPER Fernanda Cintra, diretora executiva do Anima Mundi. Além da Petrobras, o evento perdeu outros patrocinadores, como o BNDES.

Como o Anima Mundi começou?

Criado em 1993, o festival foi idealizado pro quatro animadores: Aída Queiroz, Cesar Coelho, Lea Zafury e Marcos Magalhães, todos com experiência no cinema e na televisão (Marcos, por exemplo, é o responsável pelo ratinho de massinha do Castelo Rá-Tim-Bum). A ideia, além de apresentar filmes de animação para o público, era criar um rede de profissionais para fortalecer o mercado no brasileiro.

Na primeira edição, no Rio de Janeiro, o Anima Mundi contou com 7 mil pessoas e 144 filmes exibidos. Quatro anos depois, o festival passou a acontecer também em São Paulo. Com o tempo, novas atrações foram incluídas além da mostra, como palestras, debates e oficinas de criação. Ao todo, o Anima Mundi já exibiu mais de 10,4 mil filmes.

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“Festivais de arte são importantes pois criam tendências, trazem novos conteúdos e revelam talentos”, conta Fernanda. No caso do Anima Mundi, é possível citar alguns dos animadores brasileiros que saíram do festival: Carlos Saldanha (A Era do Gelo, Rio) e Alê Abreu, indicado ao Oscar por O Menino e o Mundo.

E por falar em Oscar: desde 2012, o Anima Mundi é qualificado pela Academia que entrega o prêmio. O vencedor principal do festival brasileiro ganha o direito de participar para a pré-seleção dos indicados à estatueta dourada. Quer dizer – desde que o festival aconteça.

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Indicada ao Oscar em 2017, a animação “A Tartaruga Vermelha” também foi exibida no festival (Anima Mundi/Reprodução)

Petrobras e projeto de financiamento

A parceira com a Petrobras existia há 22 anos. “Sem dúvida, essa relação foi essencial para que o Anima Mundi tomasse toda essa proporção”, admite Fernanda. No ano passado, mesmo com a situação política e econômica do Brasil, o patrocínio se manteve, porém mais enxuto: caiu de R$ 1,2 milhão, em 2017, para R0 mil, em 2018 – uma redução de 37,5%.

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O corte – que agora, chegou a zero – faz parte do Plano de Resiliência da estatal, que prevê a redução de R$8,1 bilhões nos gastos. Contudo, os críticos afirmam que as despesas da empresa com projetos culturais eram muito inferiores a outras: em 2018, a Petrobras usou R$ 161 milhões em publicidade na TV aberta.

Para o Anima Mundi, o dinheiro que vinha da parceria com a Petrobras representava de 30% a 35% do orçamento do evento. Desde o ano passado, a organização do festival passa por uma reformulação interna, com o objetivo de se tornar autossuficiente financeiramente e de transformar o evento em uma instituição, oferecendo mais serviços para a sociedade. Fernanda explica que a ideia inicial era criar uma espécie de “clube da animação” – projeto de financiamento coletivo à longo prazo, para aumentar a participação do público e sua relação com o Anima. “Com o anúncio repentino da Petrobras, tivemos que apressar as coisas e mudar a estratégia”.

O crowdfunding do Anima Mundi está sendo feito em parceria com a plataforma Benfeitoria e irá custear 100% do festival. A meta inicial, de R$400 mil, servirá para a exibição dos filmes. Objetivos maiores, se atingidos, viabilizarão as outras atividades paralelas que normalmente acontecem.

“Estamos otimistas quanto ao prazo pois o setor está muito unido”, disse Fernanda, ressaltando a importância do festival para o mercado. Se tudo der certo, o Anima Mundi 2019 acontecerá entre os dias 17 a 21 de julho no Rio de Janeiro e de 24 a 28 de julho em São Paulo. Para ajudar a campanha, basta acessar este link.

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