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Por que Elon Musk está sendo processado pelos produtores de “Blade Runner 2049”

O bilionário e a Tesla, empresa automotiva da qual ele é CEO, usaram imagens de IA baseadas no filme Runner – mesmo depois da produtora negar os direitos.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 24 out 2024, 12h16 - Publicado em 22 out 2024, 19h00

Antes de dirigir os blockbusters do universo de Duna, o canadense Denis Villeneuve foi o responsável por Blade Runner 2049. O filme, lançado em 2017 e estrelado por Ryan Gosling, é uma (interessante) continuação do clássico da ficção científica Blade Runner (1982), de Ridley Scott (que, por sua vez, é baseado num livro do mestre do do sci-fi Philip K. Dick).

Agora, a Alcon Entertainment, empresa responsável pela produção do filme, está processando o bilionário Elon Musk, a Tesla (empresa automotiva da qual ele é CEO) e o estúdio Warner Bros. Discovery por plágio, violação de direitos autorais e falso endosso.

No dia 10 de outubro, durante o evento de lançamento dos novos táxis robôs da Tesla, Musk fez referência direta a Blade Runner 2049. Ele falou que ama o filme: “acredito que queremos aquele casaco que ele está usando, mas não o apocalipse sombrio”. Para apresentar o produto, o empresário usou imagens aparentemente geradas por IA baseadas em Blade Runner 2049, mesmo depois dos produtores negarem os direitos de uso à Tesla.

A Alcon deixou claro no processo que não tem nenhuma afiliação com Musk ou qualquer uma das empresas controladas por ele devido ao seu “comportamento inconstante e arbitrário, que às vezes desvia para o discurso de ódio”.

Entenda o caso

Há duas semanas, a Tesla anunciou o Cybercab, um táxi robô que dirige sozinho e não tem pedais de acelerador e freio e nem volante. O modelo apresentado tem dois lugares para passageiros e portas que abrem para cima. A produção dos carros sem motorista deve começar em 2026.

O evento aconteceu no estúdio da Warner Bros. em Burbank, na Califórnia, onde o material promocional foi filmado. Por isso, a empresa foi incluída no processo (vale dizer que ela foi a distribuidora do filme em países como EUA e Canadá).

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A ação contra Musk e companhia (que pode ser acessada na íntegra aqui) busca compensação monetária num valor desconhecido e visa impedir qualquer um dos envolvidos de usar elementos de Blade Runner 2049 para propósitos promocionais.

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O processo também argumenta que houve uma apropriação financeira considerável, já que a Alcon não autorizou o uso para a Tesla e parcerias envolvendo Blade Runner 2049 e marcas automotivas já aconteceram antes, com contratos de “oito dígitos”.

A Warner Bros. Discovery tinha entrado em contato com a Alcon para fazer um acordo um dia antes do evento. A proposta foi recusada, mas mesmo assim a empresa usou imagens claramente baseadas na estética do filme.

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Quer tirar suas próprias conclusões? Primeiro, uma das cenas mais famosas de Blade Runner 2049:

Captura de tela do filme Blade Runner (2049)
(Warner Bros Pictures/Divulgação)

Agora, a versão da Tesla, que a Alcon diz que parece ter sido gerada por uma IA usando a foto original de Blade Runner 2049:

Captura de live da Tesla.
(TESLA/Reprodução)
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A produtora ainda afirmou que isso pode ser um problema para eles em futuros contratos. Eles estão filmando a série Blade Runner 2099 para o Amazon Prime Video, com planos de parcerias com outras empresas automotivas.

Essa não é a primeira acusação de plágio que esse evento da Tesla recebeu. Alex Proyas, o diretor de Eu, Robô (2004), fez um post no X – antigo Twitter e propriedade de Musk – mostrando as semelhanças entre os designs do filme e da empresa:

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