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O Problema dos Três Corpos: diferença entre série da Netflix e versão chinesa gera polêmica

Em 2023, o streaming chinês Tencent foi o primeiro a adaptar a obra de Cixin Liu para as telas. Veja como ela difere da produção americana.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 1 abr 2024, 11h16 - Publicado em 26 mar 2024, 19h17
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  • Três Corpos (2023), série de televisão chinesa de ficção científica adaptada do romance "O Problema dos Três Corpos".
     (Tencent/Divulgação)

    Na última quinta-feira (21), a Netflix estreou sua série mais cara até agora, O Problema dos 3 Corpos. A produção americana adapta o romance de mesmo nome do autor chinês Cixin Liu, vencedor do prêmio Hugo de melhor obra de ficção científica em 2015.

    A Netflix não foi a primeira a explorar a obra. No ano passado, o livro também ganhou uma adaptação chinesa de sucesso pelo serviço de streaming chinês Tencent. A série virou sucesso por lá, elogiada principalmente pela fidelidade ao material original.

    Com o lançamento da versão americana, as comparações entre as duas séries se tornaram inevitáveis. Enquanto a chinesa é conhecida como Three-Body Problem, ou simplesmente, Three-Body, na adaptação da Netflix a grafia original é The 3 Body-Problem.

    Mas as diferenças vão muito além do título. Confira abaixo as principais – mas fique tranquilo, não tem spoilers muito pesados

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    Quantidade de episódios

    De cara, a principal diferença entre as duas está em sua duração. Enquanto a versão da Netflix tem oito episódios, a série chinesa adapta o primeiro livro em 30 capítulos.

    Com uma média de duração de 40 minutos por episódio, a série chinesa consegue adaptar melhor a cadência e o desenvolvimento dos mistérios abordados no livro. Mesmo que possa parecer muito lenta em determinadas partes, a série tem um ritmo comum a outras obras asiáticas (pense nos filmes do estúdio Ghibli, por exemplo), algo diferente do andamento mais apressado das séries e filmes ocidentais.

    Já na adaptação da Netflix, os produtores decidiram fazer algumas adaptações radicais. Isso porque a primeira temporada também abarca elementos do segundo e terceiro livros da série (A Floresta Sombria e o Fim da Morte, respectivamente) – o que antecipa eventos e a aparição de alguns personagens.

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    Localização da história e elenco

    Outra mudança entre as duas adaptações está no local onde a história se desenvolve. Tanto no livro quanto na série da Tencent, a história se passa na China. Na adaptação da Netflix, grande parte da trama rola em Londres.

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    O ambiente reflete o elenco. A série da Tencent, como você deve estar imaginando, só tem atores chineses. Na versão da Netflix, há uma mistura: a nacionalidade e etnia de alguns personagens foi mantida em certos casos e alterada em outros.

    Essas trocas foram alvo de polêmicas na China, mas foi defendida pelos produtores-executivos da série, D.B Weiss e David Benioff (os mesmos de Game of Thrones). Segundo eles, a intenção era escalar pessoas de todo o mundo, de forma a tornar a série o mais diversa possível. A ideia por trás disso é mostrar que a ameaça da história (uma invasão alienígena na Terra) não seria problema apenas de um país, mas sim uma luta global pela sobrevivência.

    As mudanças foram sugeridas e aprovadas pelo próprio autor dos livros, Cixin Liu, que serve como consultor da série da Netflix. Liu não teve nenhuma ligação com a adaptação chinesa.

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    Eventos históricos 

    Mas a diferença entre as duas séries que gerou discórdia entre a audiência chinesa está na adaptação de um determinado trecho do livro. Na cena de abertura da série da Netflix, a história começa na década de 1960, em plena Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung. A cena mostra a repressão violenta que um professor de física sofre por parte de seus estudantes. Eles o espancam e denunciam o homem como inimigo do partido comunista.

    O trecho também está presente no romance. Liu queria retratar de alguma forma a brutalidade do governo de Mao durante a Revolução. Ela seria a abertura do primeiro livro, mas seus editores acreditavam que, dessa forma, a obra não passaria pela aprovação da censura do governo. Por isso, o trecho acabou entrando no meio da história.

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    Quando foi traduzido para o Inglês, Liu instruiu que o trecho fosse realocado no começo do livro, como na sua intenção original. E foi dessa forma que a Netflix adaptou para o streaming.

    Na versão chinesa, por outro lado, as cenas durante a Revolução são minimizadas: quase não há violência por parte dos apoiadores do regime.

    Esse é o cerne da polêmica. Na China, muitos espectadores interpretaram a série da Netflix como uma propaganda negativa do país. Os defensores do streaming vermelho dizem que, na verdade, é dela a adaptação mais fiel da obra original.

    (Vale dizer que a Netflix não está disponível na China. Quem assistiu à série por lá provavelmente usou um serviço de VPN – ou viu pirata, mesmo.)

    A versão chinesa do Problema dos Três Corpos está disponível nos EUA pelos serviços Peacock, Rakuten Viki e na Amazon Prime Video. No Brasil, ela não está em nenhum catálogo de streaming.

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