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“O Irlandês”: tudo que se sabe sobre o novo filme de Martin Scorsese

Com Robert De Niro e Al Pacino no elenco, o filme de gângster da Netflix é o mais caro da carreira o diretor de "Taxi Driver".

Por Rafael Battaglia
1 ago 2019, 19h56

Se você é um assinante de longa data da Netflix, já sabe que, de uns anos para cá, ficou simplesmente impossível acompanhar todos as produções originais lançadas pela plataforma: filmes, séries, reality shows, competições culinárias… Haja tempo livre.

Mas em meio a comédias românticas e programas sobre cupcakes, volta e meia surgem aqueles originais quase obrigatórios, do tipo que os seus amigos (e as redes sociais) vão comentar. Na última quarta (31), o serviço de streaming divulgou o trailer de mais um deles: O Irlandês, filme dirigido por Martin Scorsese e estrelado por Robert De Niro. Veja o trailer abaixo:

Vencedor do Oscar de Melhor Diretor por Os Infiltrados, Scorsese é um diretor veterano, consagrado por longas como Taxi Driver, Gangues de Nova York Touro Indomável. O filme é inspirado no livro I Heard You Paint Houses, de Charles Brandt, que narra a história real de Frank “O Irlandês” Sheeran (De Niro), veterano da 2ª Guerra Mundial acusado de envolvimento com a máfia.

O Irlandês, uma das estreias mais aguardadas do ano, marca o retorno de Scorsese ao gênero de filmes de gângster e de sua parceria com De Niro:  será a nona vez em que os dois trabalharão juntos (a primeira foi em 1974, no longa Caminhos Perigosos). A seguir, a SUPER reuniu tudo o que já se sabe sobre o filme – e os motivos para expectativa em torno da produção.

Projeto indomável

A ideia para o filme não é nova. De acordo com a revista Esquire, Scorsese tinha o projeto de adaptar o livro de Brandt há, pelo menos, uma década. Em 2014, o diretor oficializou que esse seria o seu projeto após Silêncio, lançado em 2016.

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Inicialmente, a responsável pelo longa era a Paramount, que pulou fora devido ao seu orçamento. Segundo o site Rotten Tomatoes, o filme custaria, inicialmente, US$ 100 milhões, mas o valor previsto praticamente dobrou depois que a produção decidiu usar técnicas avançadas de CGI para criar versões mais jovens de De Niro e dos outros atores. Isso, aliado ao fraco desempenho nas bilheterias de Silêncio, fez com que a Paramount desistisse de levar o filme adiante.

Em 2017, a produção caiu no colo da Netflix e as gravações começaram. Foram 106 dias de filmagem – a mais longa da carreira do diretor. No site do IMDb, o maior banco de dados sobre cinema da internet, O Irlandês está orçado em US$ 125 milhões, o que o torna o mais caro de Scorsese (alguns sites, porém, falam que esse valor já está na casa dos US$175 milhões).

O Irlandês é um filme arriscado”, disse Scorsese em uma entrevista. “Ninguém queria financiar, mas a Netflix aceitou o risco”. Se for verdade que o filme custou US$ 175 milhões, será um orçamento superior ao de filmes como Mulher Maravilha (US$ 149 mi) e Godzilla II (US$ 170 mi), por exemplo. Resta saber se os efeitos de rejuvenescimento usados vão justificar o investimento.

Os bons companheiros

Site_OIrlandes
(Netflix/Reprodução)
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A história abordará um dos crimes mais emblemáticos dos EUA: o desaparecimento do líder sindical Jimmy Hoffa, interpretado por Al Pacino. A relação entre ele e Frank, acusado de ter se envolvido com o assassinato de Hoffa, será retratada ao longo de três décadas – o crime, aliás, até hoje não chegou a um desfecho.

A história de Hoffa é bastante popular na terra do Tio Sam e rendeu, inclusive, um filme com Jack Nicholson no papel principal, em 1992. Vamos a um pequeno resumo: Hoffa nasceu em 1913 em Brazil – não o país, mas uma cidade xará em Indiana, nos EUA. Sua trajetória como sindicalista começou em 1930 e, algumas décadas depois, ele se tornou a mais importante figura do movimento por lá.

Com o apoio de diversas classes trabalhadoras, Hoffa era uma figura influente e que mantinha relações complicadas com a máfia. A ideia de O Irlandês, ao que tudo indica, é explorar essa intrincada teia de acordos entre mafiosos, sindicatos e políticos americanos – no trailer, há uma menção à vitória do presidente John Kennedy, no início dos anos 1960. Tudo culmina com a morte de Hoffa em 1975, e o fato de que ninguém conseguiu encontrar o lugar onde seu corpo foi enterrado só ajuda a aumentar o imaginário popular do caso.

Curiosamente, é a primeira vez que Al Pacino e Scorsese irão trabalhar juntos. Além dele e de De Niro, o elenco do longa traz mais nomes consagrados, como Harvey Keitel (Cães de Aluguel) e Joe Pesci, vencedor de um Oscar por Os Bons Companheiros (1990), outro clássico filme de máfia da dupla Scorsese/De Niro. A participação de Pesci é aguardada pelo público: nos últimos 20 anos, o ator viveu uma semi-aposentadoria, participando de apenas quatro projetos.

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Infiltrados (no Oscar)

O Irlandês é uma das principais apostas da Netflix para a temporada de premiações de 2020. O objetivo é seguir o mesmo caminho de Roma, longa de Alfonso Cuarón que levou três estatuetas no Oscar deste ano. Para isso, o filme de Scorsese precisará ser exibido nos cinemas, ainda que em poucas salas – essa é uma das exigências para que filmes sejam elegíveis à premiações, mesmo se tratando de produções para o streaming.

A estreia na Netflix ainda não foi divulgada, mas ele será lançado oficialmente na abertura do Festival de Cinema de Nova York no dia 27 de setembro.

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