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Nosferatu foi um plágio? Saiba como foram os bastidores do filme original

Clássico do terror de 1922 virou remake nas mãos do diretor Robert Eggers, de "A Bruxa" e "O Farol".

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 13 jan 2025, 10h26 - Publicado em 10 jan 2025, 10h00

Copia, só não faz igual

Imagem, em fundo cinza, do livro Drácula.
(Dark Side/Montagem sobre reprodução)

Nosferatu é uma adaptação não autorizada de Drácula (1897), livro do irlandês Bram Stoker (1847-1912) que consagrou a versão moderna do mito dos vampiros. O roteiro alterou os nomes dos personagens (“Drácula” virou “Orlok”, “Van Helsing” virou “Buwler”, e por aí vai). Além disso, transferiu a história da Inglaterra para a Alemanha. Mas há elementos inéditos, como mostrar a luz do Sol como uma das fraquezas dos vampiros.

A mente por trás

Ilustração de Golen – criatura do folclore judaico.
(Reprodução/Domínio Público)

Durante a 1ª Guerra, o alemão Albin Grau teria ouvido a história de um fazendeiro sérvio cujo pai havia se transformado em vampiro. De volta à Alemanha, Grau, que participava de um grupo ocultista, cofundou o estúdio Prana para produzir filmes com temas sobrenaturais. Grau é um dos grandes responsáveis pelo visual gótico de Nosferatu (o Conde Orlok, por exemplo, foi baseado numa versão ilustrada de 1915 do Golem, criatura do folclore judaico).

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Estreia de gala

Imagem de Nosferatu no filme de 1922.
(Prana Film/Reprodução)

Dirigido por F.W. Murnau, Nosferatu é um dos principais expoentes do expressionismo alemão, movimento que exagerava nas sombras, maquiagens, figurinos e atuações para dar vazão às angústias do pós-guerra (e que lançou as bases para gêneros como o terror e o noir). A Prana Film investiu pesado na campanha de lançamento: a estreia teve uma apresentação de dança e um baile à fantasia no auditório do Jardim Zoológico de Berlim.

Te vejo no tribunal

Imagem de Florence Balcombe.
(Reprodução/Wikimedia Commons)
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Florence Balcombe, viúva de Stoker, exigiu royalties por Nosferatu e processou a Prana. Florence ganhou, porém Albin Grau declarou falência e ela jamais viu a cor do dinheiro. Em 1925, a Justiça alemã exigiu que todos os rolos do filme fossem recolhidos e destruídos. Àquela altura, porém, a obra já havia se espalhado pelo mundo. As cópias piratas preservaram o longa até que as primeiras restaurações fossem lançadas décadas depois.

Outras versões

Imagem de Nosferatu no filme A Sombra do Vampiro (2000).
(Reproducão/Divulgação)

Em 1979, Werner Herzog fez um remake de Nosferatu. O diretor quis usar dez mil ratos em cena, porém metade deles morreu devido a maus-tratos durante a produção. Outro filme que explora Nosferatu é A Sombra do Vampiro (2000), com o ator Willem Dafoe (que está no filme de Eggers). O longa se passa nos bastidores do original de 1922 e aborda a lenda de que o alemão Max Schreck, que interpretou Orlok, seria um vampiro na vida real.

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