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Michael Jackson – O deus redimido

Por que alguns artistas ficam maiores, mais lucrativos, mais importantes e mais carismáticos depois de mortos? Veja como se formam ídolos imortais, que cruzam décadas e conquistam novos fãs geração após geração. Afinal, eles estão entre nós.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h53 - Publicado em 28 ago 2012, 22h00

Davi Rocha e Felipe Van Deursen

Ao longo de quase toda a primeira década do milênio, Michael Jackson foi visto como um artista extremamente excêntrico, um esquisitão que mudou de cor e que fez enorme sucesso em um passado tão remoto quanto o walkman. Ele era mais lembrado por suas polêmicas relacionadas à pedofilia do que pela música em si. Prestes a voltar para uma turnê, morreu repentinamente, em 2009. Poucos sentirão falta desse show que não houve. Afinal, grandes hits do passado, como Thriller, Bad, Billie Jean, Black or White e ABC, de repente, dominaram as pistas no ano. “Se ele estivesse vivo, dificilmente daria a volta por cima e lançaria algo tão bom como Thriller. Sua figura era motivo de piada nos últimos anos”, diz Kid Vinil, cantor, DJ e referência quando o assunto é música dos anos 80. Só no primeiro mês após morrer, Michael vendeu 4 milhões de álbuns. Muito se deve ao “efeito da morte”, segundo Mark Roesler, empresário especialista em trabalhar com a imagem de celebridades mortas. “Os preços [de produtos relacionados ao artista] sobem consideravelmente em torno da morte, com itens ainda mais populares quando ela foi repentina ou trágica”, diz.

Mas a morte de MJ o sacralizou de uma maneira rápida pouco vista antes. Em um passo de mágica do showbizz, ele voltou a ser apenas o rei do pop – e não aquele homem de nariz bizarro que pendurou o filho bebê na janela. “No fim, o que vai contar é o legado. O movimento para trabalhar a imagem dele já começou e daqui a algumas gerações o rei ainda será lemo brado – mesmo por quem não viveu no mesmo período”, diz Moacir Galbinski, vicepresidente da Supermarcas, empresa que cuida do legado no Brasil de nomes como Marilyn Monroe e Jimi Hendrix. Foi tudo rápido. Meses após a morte, foi lançado o documentário This Is It. Em 3 anos saíram o disco póstumo Michael, o jogo Michael Jackson: The Experience, um espetáculo do Cirque du Soleil e clipes especiais. Nos primeiros 12 meses após sua morte, MJ lucrou US$ 1 bilhão, segundo um levantamento da Billboard. Em breve, se depender da vontade de sua família, ele deve voltar aos palcos, em formato de holograma, como Tupac.

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Enquanto isso não acontece, seus passos se espalham com o show Thriller Live. Celebrando todas as fases de Michael Jackson, o espetáculo coloca no palco uma banda, 16 bailarinos e 5 cantores (3 homens, uma mulher e um menino) para representá-lo. Cerca de 2,2 milhões de pessoas já viram a apresentação em 24 países. O show deve vir pela primeira vez à América Latina, passando por São Paulo e Rio em 2013. Michael ainda brilha. Então não estranhe se daqui a uns anos continuar vendo gente arriscando os já mitológicos passos moonwalk em uma festa.

Este texto faz parte da reportagem “O mundo das celebridades mortas”, publicado na edição de setembro da SUPER. Leia a versão completa na revista, já nas bancas.

Foto: Arthuzzi

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