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A história do breaking, das ruas do Bronx às Olimpíadas

Essa dança de passos acrobáticos vai estrear como modalidade olímpica nos Jogos de Paris, que começam em julho. Entenda como o movimento, que é um dos pilares da cultura do hip-hop, saiu da periferia de Nova York para o mundo.

Por Rafael Battaglia
18 jun 2024, 10h00

Texto Rafael Battaglia | Colagens Jhow Sampaio 

Design Luana Pillmann | Edição Bruno Vaiano

Nova York, início dos anos 1970. Em Manhattan, a parte central (e mais rica) da cidade, dezenas de boates varavam a madrugada tocando hits de bandas como Bee Gees, ABBA, Village People e Earth, Wind & Fire. Nos clubes mais disputados, milionários e celebridades batiam ponto em festas repletas de casacos de pele, champanhe e cocaína.

Foi a era de ouro da música disco, marcada por canções dançantes, calças boca de sino e globos espelhados. Mas os embalos de sábado à noite não se estendiam para toda a cidade.

No Bronx, distrito ao norte de Nova York, a população – formada sobretudo por negros e latinos – vivia sob péssimas condições. Serviços públicos e políticas habitacionais eram raros. Os índices de desemprego eram altos, assim como os de violência, culpa das constantes disputas de gangues por território.

O ápice dessa crise foram os incêndios: somente em 1974, houve 12,3 mil. Em alguns quarteirões, 90% das casas foram destruídas. Donos de prédios no Bronx ateavam fogo a seus próprios imóveis na esperança de conseguir dinheiro via indenização. Inquilinos faziam o mesmo, já que uma lei municipal dava prioridade a vítimas de incêndio para conseguir subsídios. Além disso, o lento tempo de resposta dos bombeiros naquela região fazia incêndios menores (em muitos casos, acidentais) tomarem grandes proporções.

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O caos levou 300 mil pessoas a deixarem o distrito nos anos 1970. E foi bem ali, em meio aos escombros de um bairro em chamas, que nasceu um dos movimentos culturais mais importantes do século 20: o hip-hop, que engloba música (com os DJs e os rappers), arte visual (com o grafite) e dança, com o breaking.

Criado a partir de uma amálgama de diversos estilos de dança (e até de algumas artes marciais), o breaking nasceu junto com as primeiras festas de hip-hop. Hoje, meio século depois, os passos acrobáticos marcarão presença nas Olimpíadas de Paris: 32 dançarinos disputarão medalhas nesta edição dos Jogos, que começam no próximo dia 26 de julho.

Como uma dança surgida na periferia de Nova York virou modalidade olímpica? É o que vamos ver a seguir.

“I said a hip hop, the hippie…”

No dia 11 de agosto de 1973, o americano Clive Campbell se apresentou na festa de aniversário de sua irmã, Cindy, em um pequeno prédio do Bronx. Aos 18 anos, Clive, mais conhecido como DJ Kool Herc, quis testar algo diferente naquela noite. Ele pegou discos de funk e soul e, em vez de tocá-los normalmente, colocou a agulha nos LPs em pontos estratégicos para tocar apenas os breaks (“pausas”) de cada música. Os breaks são os intervalos em que os vocais e alguns músicos param e só o baixo, a bateria e outros instrumentos que fazem a base (a chamada “cozinha”) permanecem.

Para fazer isso, Herc usava duas cópias de um mesmo vinil: quando o break de uma música terminava, o DJ colocava a agulha no mesmo break da outra cópia do disco. Dessa forma, ele conseguia estender o tempo que a faixa passava só com a cozinha tocando – um Ctrl+C, Ctrl+V analógico. Enquanto um disco tocava, Herc retrocedia o outro e vice-versa, criando um loop da batida. Ele batizou essa técnica de merry-go-round, “carrossel”.

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No vídeo abaixo, Herc explica o meery-go-round:

Festas caseiras, com DJs à frente do som, não eram novidade. Mas o carrossel de Herc chamou a atenção. A galera curtiu, e ele logo começou a fazer shows cada vez maiores. Herc se apresentava ao lado do amigo Coke La Rock, que interagia com a plateia (e que, por isso, é considerado um dos primeiros MCs da história).

Com o tempo, Herc começou a fazer experimentações, unindo breaks de músicas diferentes. Outros DJs também faziam suas próprias invenções, como o Grandmaster Flash, que ficou famoso por controlar os vinis com os dedos (e não apenas com as agulhas). Pouco a pouco, as batidas ganharam letras. Os MCs (sigla para “mestre de cerimônia”) animavam os shows com rimas cadenciadas, inspirados no ritmo de locutores de rádio, pastores, políticos e outros artistas da época.

Nascia assim o rap, outro pilar do hip-hop – que, aliás, é uma expressão usada desde o século 17 na língua inglesa para ações ritmadas. Nos anos 1970, “hip” era também uma gíria para indicar algo que estava na moda. “Hop”, por sua vez, é um verbo; significa “pular”. O DJ Afrika Bambaataa, um dos principais articuladores do hip-hop (e que foi membro da Black Spades, a maior gangue do Bronx), foi quem batizou o movimento.

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Mas o hip-hop não se desenvolvia apenas nos palcos, com rappers e MCs. Na pista, algumas pessoas aproveitavam os longos breaks criados por Kool Herc para exibir passos de dança. A maioria queria imitar o cantor James Brown, mas as influências também vinham de outros estilos (como sapateado, mambo e salsa), movimentos de ginástica e golpes de kung fu – os filmes do Bruce Lee eram febre nos anos 1970.

Os homens que dançavam ao som das batidas foram apelidados de b-boys (de bronx-boys, mas também de break-boys); as mulheres, de b-girls. E a dança logo passou a ser chamada de b-boying ou breaking.

Desde o início, o breaking esteve ligado a competições. Abria-se uma roda no meio da plateia e pessoas (ou grupos) disputavam para ver quem era o melhor. A galera em volta decidia o campeão. Em festas maiores, realizadas nas ruas do Bronx, dançarinos de bairros diferentes se enfrentavam. E havia uma hierarquia: se um b-boy era “A1”, significava que ele era o melhor breaker da sua região.

Surgiram nessa época as crews, grupos de dança que poderiam ser formados por pessoas de um único bairro ou de toda a cidade. As maiores tinham uniformes próprios e uma legião de fãs. É o caso da Rock Steady Crew, criada em 1977 e que se tornou uma espécie de embaixadora do breaking.

A Rock Steady apareceu em jornais e programas de TV, e batia ponto em prestigiadas casas de show em Nova York, como o Lincoln Center. Em 1983, eles viajaram em turnê na Europa, onde se apresentaram para a Rainha Elizabeth. No mesmo ano, fizeram uma participação no filme Flashdance.

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Em 1984, a Rock Steady e outras crews, como os também influentes New York City Breakers, apareceram no filme Beat Street (no Brasil, A Loucura do Ritmo). Na história, que acompanha dois irmãos do Bronx (um DJ e um b-boy), várias figuras importantes da cena aparecem, incluindo Herc e Bambaataa. Foi um Vingadores do hip-hop, que ajudou a difundir o movimento mundo afora.

A popularidade do breaking estava nas alturas. B-boys e b-girls absorviam influências de outras danças de rua, como o popping e o locking, que surgiram do outro lado dos EUA, na Califórnia, e também cresciam. A rivalidade entre as crews levou a passos cada vez mais acrobáticos e difíceis de executar. E a exposição na mídia fez o breaking chegar a outros países, como Japão, França (que teve um dos primeiros programas de TV 100% dedicados a hip-hop no mundo) e, claro, Brasil.

Próxima estação

A rotina do jovem Marcelo Francisco do Nascimento, em meados da década de 1980, não tinha muito segredo. Todos os sábados, ele encarava uma hora e meia de transporte da cidade de Taboão da Serra até a estação São Bento do Metrô de São Paulo, onde passava as tardes dançando breaking.

Nos bolsos, Marcelo (mais conhecido como Marcelinho) levava fitas-cassete e uma caneta, que usava para rebobiná-las sem gastar a pilha do aparelho de som. Ao fim do dia, se arrumava na casa de algum amigo e partia para os bailes de música black (funk, soul, R&B…). “Às vezes, deixavam a gente armar uma rodinha de breaking; em outras, não”, lembra.

Os primeiros breakers de São Paulo, inspirados pelas músicas, filmes e videoclipes que chegavam dos EUA, dançavam de maneira dispersa em alguns pontos do centro da cidade. O pernambucano Nelson Triunfo, um dos precursores da dança de rua no Brasil, se apresentava sobre pedaços de papelão na Rua 24 de Maio.

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João Break e Luisinho, dois dançarinos que moravam no centro, passaram a organizar encontros na estação São Bento. Era um local de fácil acesso, com um chão liso e cobertura em alguns pontos. Grupos punk frequentavam ali – mas os dançarinos logo tomaram controle. O local foi a incubadora do movimento hip-hop em São Paulo. De lá saíram, por exemplo, a dupla de grafiteiros OsGêmeos e o grupo Racionais MC’s.

Colagem com elementos que representam as batalhas que aconteciam na Estação São Bento, em São Paulo.
(Jhow Sampaio/Superinteressante)

“Não havia aulas para aprender técnicas ou conceitos. Era tudo na base da troca de experiências e dos rachas, que era como chamávamos as batalhas”, conta Marcelinho, que nessa época entrou para a Back Spin Crew, um dos grupos nacionais mais antigos ainda em atividade. “E não tinha autorização do metrô. A gente ficava de olho nos guardas e, às vezes, corria para o Viaduto Santa Ifigênia até a poeira baixar.”

Reportagens e o apoio de artistas já consolidados (como Nasi, da banda Ira!) ajudaram a popularizar os encontros. E, em meio às danças, surgiram os primeiros a improvisar rimas em cima das batidas. Em 1988, o rapper Thaíde, o DJ Hum e outros frequentadores da São Bento lançaram Hip-Hop: Cultura de Rua, o primeiro álbum brasileiro 100% de rap. No ano seguinte, na esteira do sucesso do disco, Thaíde, Marcelinho e o restante da Back Spin rodaram o Brasil fazendo shows e conhecendo os vários núcleos que, à sua maneira, desenvolviam a cultura hip-hop. “Quebrada é quebrada em qualquer lugar.”

A era das competições

Após o boom nos anos 1980, o breaking perdeu tração no começo da década seguinte. Parte das pessoas enxergavam o hip-hop como uma moda passageira. E mesmo aqueles apaixonados pela dança, ao não encontrarem formas de ganhar dinheiro com aquilo, largaram a arte em busca de um emprego estável.

Foi nesse momento que os dançarinos remanescentes organizaram eventos e competições mais sisudos, com o objetivo de atrair público, patrocinadores e novos breakers. Em 1990, surgiu a Battle of The Year, torneio anual que é considerado a “Copa do Mundo” de breaking. Em 1993, houve no Brasil a 1ª Mostra Nacional de Hip-Hop, que reuniu dez mil pessoas (e 40 crews) na São Bento.

Mas, afinal: como o breaking foi parar nas Olimpíadas? Em 2014, o Comitê Olímpico Internacional (COI) assinou a Olympics Agenda 2020, um documento com diretrizes para modernizar os Jogos e torná-los atrativos para as novas gerações.

O comitê determinou que cada sede poderia escolher até cinco novos esportes para compor o seu quadro de modalidades. Para os Jogos de Tóquio, por exemplo, entraram o skate, o surfe, a escalada, o karatê e o beisebol/softbol.

O breaking estava no radar do COI por uma série de fatores: além da sua natureza competitiva, a dança tem apelo entre os mais jovens, é acessível (basta uma música e uma superfície plana) e mescla habilidades técnicas com resistência física. É uma forma de arte – mas também dá para enxergá-la como um esporte.

Em 2018, o breaking estreou nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires. Para isso, o COI, em conjunto com a Federação Mundial de Dança Esportiva (WDSF, na sigla em inglês), criou um código de regras e um sistema de pontuação, para tornar a avaliação dos competidores mais objetiva (falaremos mais sobre isso adiante).

Em 2020, a França oficializou que o breaking, bastante popular no país, faria parte dos Jogos de Paris. A partir dali, nasceu um novo circuito competitivo mundial, em que os dançarinos acumulam pontos para participar das Olimpíadas – e que acontece em paralelo com as competições já existentes.

“As Olimpíadas voltaram a movimentar a cena de uns anos para cá”, diz a b-girl Júlia Maia, que fez parte da primeira seleção brasileira de breaking. Segundo ela, isso é especialmente importante para o Brasil, onde ainda existem poucos que conseguem se dedicar exclusivamente à dança. “É uma realidade muito diferente da Europa, por exemplo. Lá, os eventos são enormes, e os dançarinos contam com mais suporte financeiro.”

A B-girl Maia se apresentando na Brazil & Latam Exhibition Battle durante a festa de lançamento da final mundial do Red Bull BC One no Viaduto de Madureira no Rio de Janeiro.
A B-girl Maia se apresentando na Brazil & Latam Exhibition Battle durante a festa de lançamento da final mundial do Red Bull BC One no Viaduto de Madureira, Rio de Janeiro. (Little Shao/Red Bull Content Pool/Superinteressante)

Bonjour, Paris

Nas Olimpíadas, 32 breakers vão se apresentar: 16 b-girls na categoria feminina, no dia 9 de agosto, e 16 b-boys na masculina, no dia 10.

Cada país pode ter, no máximo, dois representantes. A França, por ser a anfitriã, garantiu duas vagas logo de cara. A última seletiva para os Jogos ocorre em Budapeste, na Hungria, nos dias 22 e 23 de junho. Na data de publicação deste texto, o único brasileiro que ainda tem chance de se qualificar é o paraense Leony, tetracampeão do Red Bull BC One Brasil.

A competição vai acontecer na Place de la Concorde, uma praça no final da avenida Champs-Élysées, no centro de Paris. Esse também será o palco de outros esportes urbanos, como o skate, o basquete 3×3 e o ciclismo BMX freestyle.

Na primeira fase de ambas as categorias, os 16 breakers serão colocados em grupos de quatro. Dentro desses grupos, todos se enfrentarão em embates um contra um. Em cada batalha, os dançarinos terão dois minutos (em rodadas alternadas de um minuto) para mostrar os seus passos.

Os melhores colocados avançam para as quartas-de-final. Na fase mata-mata, cada breaker terá três minutos (também em rodadas alternadas) para impressionar os nove membros do júri, que são dançarinos, claro – e, seguindo a tradição do breaking, vão se apresentar antes dos competidores olímpicos.

Mas como avaliar uma performance? Quando o processo para incluir o breaking nas Olimpíadas começou, discutiu-se a possibilidade de o júri agir como o da ginástica artística, que atribui notas de acordo com a dificuldade dos movimentos e a execução de cada atleta.

A ideia logo caiu por terra. É que, no breaking, olha-se menos para a dificuldade de cada passo e mais para a coesão da performance como um todo. “O breaking tem um vocabulário gigantesco, e você pode (e deve) colocar a sua identidade na apresentação”, diz o b-boy Pelezinho, conhecido por integrar a capoeira à sua dança. Também é preciso se adequar à música escolhida pelo DJ, que os dançarinos só descobrem na hora de entrar no palco.

O BBoy Pelezinho se apresentando para o projeto B-Boys in Motion: uma experiência de Break Dance em Frames e Flashes em São Paulo.
O BBoy Pelezinho se apresentando para o projeto B-Boys in Motion: uma experiência de Break Dance em Frames e Flashes, em São Paulo. (Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool/Reprodução)

O júri, então, analisa seis fatores: técnica, variedade (o arsenal de movimentos do breaker), criatividade, personalidade, performance e musicalidade. Não é uma avaliação por notas, mas por comparação: cada jurado escolhe o dançarino que, na sua opinião, foi mais criativo durante a batalha, adaptou-se melhor ao ritmo etc. Esse sistema foi criado para os Jogos da Juventude de 2018 e está em constante revisão.

Apesar da expectativa para Paris, o futuro do breaking olímpico ainda é incerto. Em 2028, ele ficará de fora dos Jogos de Los Angeles (que vai incluir outras modalidades, como críquete, lacrosse e flag football, uma variante do futebol americano). Hoje, há um esforço da WDSF para que a dança volte nas Olimpíadas de Brisbane, na Austrália, em 2032.

Por ora, resta aguardar a repercussão de Paris – e entender como a lacuna de Los Angeles vai afetar o cenário. Mas é como na dança: seja qual for o passo a ser dado, o mais importante, antes, é ter uma base sólida. E isso o breaking definitivamente tem.

Passo a passo

Uma apresentação de breaking possui momentos-chave. Veja quais são, e aprenda o nome de alguns dos principais movimentos.

Top Rock

Colagem com exemplo do movimento
(Jhow Sampaio/Luana Pillmann/Superinteressante)

São os passos introdutórios, feitos de pé, que anunciam a chegada do breaker ao cypher – o círculo onde ele vai se apresentar. É o momento em que o dançarino chama a atenção para si – e, nas festas, serve também para abrir espaço para a performance.

Down Rock

Colagem com exemplo do movimento
(Jhow Sampaio/Luana Pillmann/Superinteressante)

São os movimentos feitos no solo. Algumas subcategorias incluem o drop (transição do top rock para o chão), o footwork ou legwork (que envolve chutes e outros passos mais elaborados com as pernas), air moves (os pulos) e spins (os giros).

Power Moves

Colagem com exemplos dos
(Jhow Sampaio/Luana Pillmann/Superinteressante)

Movimentos que fazem parte do down rock e que, por serem mais acrobáticos, demandam bastante força para serem executados. Exemplo: os múltiplos spins de um windmill (quando o breaker põe o torso no chão e gira as pernas como um moinho de vento).

Freeze

Colagem com um exemplo do movimento
(Jhow Sampaio/Luana Pillmann/Superinteressante)

É quando o breaker congela em uma posição. Pode indicar o término da apresentação ou funcionar como uma transição entre passos. Alguns freezes têm influência de movimentos de lutas como a capoeira e o kung fu.

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