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A ciência explica Star Wars

Por pelo menos 6 vezes, cientistas levaram a sério a galáxia muito, muito distante - e chegaram a conclusões impressionantes

Por Fábio Marton
Atualizado em 8 mar 2024, 15h29 - Publicado em 17 dez 2015, 11h45

 

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Três meses atrás, num post sobre os erros de filmes de ficção científica, este que vos escreve decidiu deixar Star Wars para um post próprio. Isso foi porque a saga nunca deu bola de verdade para a ciência.

Star Wars é um dos exemplos máximos de ficção científica “mole”. A “dura”, como Interestelar e Perdido em Marte, tenta criar um cenário realista, baseado no que sabemos sobre como as coisas funcionam. Na ficção científica “mole”, o realismo vai para o banco de trás e a narrativa é o motorista.

E não tem nada de errado com isso. Seria fácil acender o cachimbo da pretensão e passar horas apontando tudo o que não é realista em Star Wars (não existe som no espaço, naves não se comportam como caças da Segunda Guerra, lasers são invisíveis no espaço, blablabla). É mais interessante fazer aquele trabalho que os filmes nunca fizeram e achar explicações plausíveis para o que, essencialmente, é um samba do crioulo doido saltado da cabeça de George Lucas. Algo que os fãs e os autores dos quadrinhos e livros do universo expandido têm feito por décadas.

Mas há fãs e fãs. Alguns pesos-pesados da ciência decidiram dar seus palpites também. Veja a seguir as explicações que cientistas de verdade encontraram para o que rolou muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante.
 

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1. Nasa encontras planetas parecidos com os de Star Wars na Via Láctea

 

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Essa é fresquinha, de anteontem. Um artigo da Nasa encontrou paralelos entre alguns planetas conhecidos e os do universo Star Wars.

Aqui mesmo, no Sistema Solar, temos irmãos do planeta Bespin, aquela da cidade flutuante onde Luke recebe a fatídica revelação sobre seu pai. Poderíamos criar uma cidade assim para minerar Hélio-3 e hidrogênio de Urano e Netuno. Eles são frios demais e não têm uma atmosfera respirável. Mas alguns gigantes quentes, planetas gasosos perto das estrelas, talvez sejam assim.

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Tem mais: os planetas Kepler-10b e Kepler-78b se parecem com Mustafar, o inferno de lava em que Anakin e Obi-Wan travaram sua batalha decisiva. OGLE-2005-BLG-390, uma superterra gelada, foi apelidado de Hoth pelos cientistas. Kepler-16b orbita duas estrelas, como Tatooine.  

Até mesmo o pesadelo tecnológico de Coruscant, um planeta inteiro tomado por uma cidade, tem seu paralelo na superterra Kepler-452b, que orbita uma estela 1,5 bilhão de anos mais velha que o Sol. Segundo a Nasa, uma supercivilização teria tempo de sobra para fazer esse tipo de estrago por lá.

 

2. Economista calcula os custos da construção e da destruição das Estrelas da Morte

 

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É uma armadilha! Esse é o título do artigo de Zachary Feinstein, da Washington University em St. Louis. Nele, o economista simula o impacto da construção e destruição das duas Estrelas da Morte, e a queda do Império, sobre a economia galáctica.

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Feinstein calculou o custo total das armas em 419 quintilhões de dólares e o produto interno bruto da galáxia em 4,6 sextilhões. Isto é, sua construção sugou quase 10% de toda a economia galáctica. Esse valor, desculpe o trocadilho, astronômico, poderia ser obtido através de precatórios emitidos pelo Império. Outro valor incrivelmente alto teria que ser depositado para segurar as máquinas de destruição.

A destruição das Estrelas da Morte quebraria a economia. Alguns bancos faliriam de ter que retornar o seguro. Com a queda do império, a coisa vai para o ralo de vez, porque não teria mais ninguém para pagar os precatórios. Os rebeldes assumiriam com uma economia em colapso, e seriam obrigados a dar um calote equivalente a 20% do PIB galáctico. A nova democracia seria uma Grécia espacial.

 

3. Médicos explicam a doença respiratória de Darth Vader

 

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Os dinamarqueses Ronan Berg e Ronni Plovsing, do Hospital Universidade Rigshospitalet, analisaram cena a cena a respiração de Darth Vader. A ideia foi ajudar seus estudantes a diagnosticarem doenças respiratórias, porque o Lorde Sith parece ter todas elas ao mesmo tempo.

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O dano pulmonar, segundo os médicos, é resultado de sua batalha contra Obi-Wan sobre a lava. O ar superaquecido danificou para sempre seus alvéolos, fazendo com que seus pulmões se mantivessem em eterno estado de inflamação. Nos filmes, isso foi resolvido com o traje cibernético que parece ter uma câmara bariátrica para ajudá-lo a respirar. Na vida real, um transplante teria resolvido o problema.

Por que o Senhor do Lado Negro não fez essa opção, num mundo onde clones são tão fáceis de fabricar quanto o filão da padaria? Talvez porque tecnologias simples acabaram perdidas no tempo. Veja só o caso das pistolas, a seguir.

 

4. Físico analisa os blasters e descobre que são porcaria

 

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Num artigo para a Wired, o físico Rhett Alain, da University of Southern Louisiana, buscou entender como funcionam os blasters – pistolas como aquela com que Han atirou primeiro em Greedo (nem George Lucas vai me convencer do contrário).

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A primeira conclusão é que blasters não podem ser lasers. Lasers, afinal, são invisíveis no espaço ou no ar limpo. Também viajam à velocidade da luz – nem os séculos de treinamento de Yoda seriam capazes de ensinar alguém a desviá-los com um sabre de luz.

Aliás, os blasters são ridiculamente lentos. Rhett usou as cenas para calcular uma média de 34,9 m/s, ou 125,64 km/h, para seus disparos. Isso é cerca de 10 vezes menos que um projétil daquela avançadíssima tecnologia perdida, a espingarda de chumbinho.

“Um jedi desviando tiros de blaster com um sabre de luz é igual um rebatedor de beisebol acertando uma bola”, escreveu o físico. “Talvez isso explique por que os stormtroopers são tão ruins de mira.”

Mas o que, afinal, são os blasters? “Meu chute sempre foi que fosse alguma coisa super quente. Talvez gás tão quente que é plasma”, diz Rhett. “Ou talvez um tipo de bala quente muito pequena.”

 

5. Psicólogos analisam a mente dos personagens

 

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Os neozelandeses Ryan Hall e Susan Friedman, da Universidade de Auckland, publicaram um estudo sério em julho passado, analisando a mentalidade dos personagens de Star Wars. Entre suas conclusões, Jabba o Hutt é um caso clássico de psicopatia, Lando Calrissian apresenta sintomas de vício em jogos de azar e Obi-Wan Kenobi tem a depressão da terceira idade. Jar-Jar Binks, para a surpresa de ninguém, tem transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.  

E, o mais interessante: o imperador Palpatine é perfeitamente saudável. Ele decidiu fazer o mal racionalmente. “Preferimos achar que todos os problemas são causados por doenças mentais”, comenta Hall. “Mas pessoas com problemas mentais mais comumente são as vítimas de violência, não aqueles perpetrando-a.”

A mente de Darth Vader foi explicada em 2012, por um estudo do psiquiatra francês Eric Bui. Segundo ele, o Lorde Sith tem transtorno de personalidade limítrofe. O que explica sua carência, instabilidade emocional, impulsividade e problemas de autoimagem. (Quer dizer, antes dele ficar com uma cara assim).

 

6. Astrofísico reinventa o sabre de luz

 

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O sabre de luz é algo que faz quem é fã de Star Wars e ciência ao mesmo tempo queimar a mufa e não chegar a lugar nenhum. Se ele é, como o nome parece indicar, um laser, não faz sentido que termine em algum lugar – lasers, com qualquer emissão de luz, se esticam até encontrarem um obstáculo. Então a explicação mais aceita (inclusive na Wookipedia, a Palavra do Senhor em matéria de Star Wars) é que é um tipo de plasma, um gás superquente. Um campo magnético consegue conter o plasma numa forma fixa – como a lâmina do sabre. O problema é que, plasma ou laser, um sabre de luz não poderia bloquear outro – eles se atravessariam livremente, resultando em um sith e um jedi fatiados.

Entra em cena o astrofísico Michio Kaku, membro da Santíssima Trirracial Trindade dos Cientistas Pop, com Neil deGrasse Tyson e Bill Nye. Ele tomou para si a tarefa de construir um sabre de luz.

Veja o vídeo, em inglês:

 

 

O sabre de Kaku funcionaria assim: a base emitiria cerca de três m3 de ar por segundo, aquecidos a 12 mil graus – suficiente para transformar o ar em plasma. A parte interessante é que isso seria feito através de uma haste telescópica de cerâmica – o plasma sairia por furos nessa haste, e o campo magnético, com o formato dela própria, o manteria no lugar. Quando os sabres cruzam, a haste é a parte sólida que evita que se atravessem.

O único defeito é que o som estaria mais para duas tigelas se chocando que o vuoom-vuoom que aprendemos a amar.

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