Sérgio Gwercman, redator-chefe
Terapia funciona? Se você espera que nossa reportagem traga uma resposta do tipo sim ou não, sem margem para dúvidas, peço desculpas. Não é esse o resultado da apuração profunda da repórter Denize Guedes e do editor Leandro Narloch. Aliás, nem deveria ter sido. Porque a Super não tem a pretensão de transformar suas páginas numa estrada para a Grande Verdade – e eu tenho sérias dúvidas de que esse tipo de coisa realmente exista. O máximo que nossas matérias podem lhe oferecer são os fatos que permitem à ciência construir suas convicções. E convicção é muito diferente de verdade. A primeira é temporária, preza a dúvida e pode mudar a qualquer nova descoberta. Têm o espírito e a alma da ciência. A segunda é definitiva e imutável – uma espécie de questão de fé. É por isso que a Super não pratica o jornalismo do “sim ou não”, que procura enxergar tudo como preto ou branco. Sabemos que as grandes questões são acinzentadas – e é isso que as faz tão coloridas.
Há 6 anos a Super publicou o infográfico “Metrô do Rock”, que mostrava a origem e as convergências das diversas correntes da música. A coisa é tão fantástica que entrou para a história da revista: não há compilação do nosso trabalho que não inclua esse infográfico. Foi por isso que decidimos revisitar o passado: o editor Alexandre Versignassi, a repórter Karin Hueck e o designer Jorge Oliveira passaram semanas debruçados na história do conhecimento para fazer o “Metrô da Ciência”. Conseguiram – e produziram uma página que passa desta edição diretamente para a história da Super.
Um grande abraço.
Por quê?
Para que serve o apêndice (além de causar apendicite)? Por que o povo alemão aderiu ao Holocausto? Por que homens têm mamilos? Poucas coisas estão enraizadas há tanto tempo no nosso DNA como a capacidade de fazer boas perguntas – e encontrar suas respostas. É esse o espírito do especial 29 Coisas Que Não Fazem Sentido, que já está nas bancas. Espero que você goste.