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Usar baldes de água para melhorar a umidade do ar funciona?

Toalha molhada, tomar banho de porta aberta... Em tempos de queimadas e ar seco, entenda se esses métodos caseiros são realmente eficientes.

Por Manuela Mourão
11 set 2024, 12h00

Desde segunda-feira (9), o ar da cidade de São Paulo vem sendo considerado um dos piores do mundo. O que não falta são relatos de pessoas reclamando de garganta seca, mau gosto na boca, olhos ardendo, nariz ressecado, sangrando e dores de cabeça. 

Nas últimas semanas, o Brasil inteiro tem registrado uma qualidade de ar extremamente baixa, consequência das queimadas espalhadas pelo país. O tempo seco e poluído é visto a olho nu, como se uma névoa constante estivesse presente nos céus. Esse cenário quase apocalíptico tem afetado diretamente nosso bem-estar.

A solução? Bom, em um mundo ideal, seria o ar estar menos seco, mas como isso parece impossível no momento, o jeito é resolver por conta própria.

Talvez, uma das sensações mais desagradáveis seja o ar ressecado que respiramos. O nariz, além de suas várias funções, tem a tarefa de filtrar e aquecer o ar. Porém, quando o tempo está muito seco, esse órgão perde a umidade, comprometendo essa barreira inicial.

A médica Clarissa Lehoczki, otorrinolaringologista pela Unicamp, explica que a poluição, por sua vez, agrava ainda mais a situação, “ela vai causar uma inflamação maior, um inchaço maior, que aí vai ter os sintomas de ficar com o nariz mais entupidos, eventualmente uma sensação de pressão, peso na cabeça, de ardor, tudo isso é esperado nessa fase.”

Por isso, em tempos assim a umidificação do ar é essencial. Embora umidificadores eletrônicos sejam a opção mais eficiente, porque liberam grandes quantidades de vapor em pequenos ambientes como quartos e salas, o jeitinho brasileiro têm alternativas caseiras para para umidificar o ar. Mas será que elas são mesmo eficientes?

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Umidificadores caseiros, fato ou mentira?

Fato! A boa notícia para quem cresceu passando por momentos secos com soluções caseiras para umedecer o ar é que essas opções funcionam. Os métodos abaixo são os mais conhecidos:

  • Colocar baldes de água no quarto
  • Toalhas molhadas perto da cabeça
  • Tomar banho de porta aberta

Mas qual o mais eficaz? Não existem muitos estudos sobre o tema, mas uma pesquisa brasileira de 2021 testou a efetividade das técnicas do balde de água e da toalha em tempos pouco úmidos.

Os cientistas mediram a variação de umidade em cinco quartos: um com uma toalha molhada, um segundo com balde e um terceiro com um umidificador eletrônicos (os outros dois cômodos foram usados como controle). O resultado? Os quartos com o umidificador e com a toalha molhada mostraram 7,50% e 5,71% mais umidade, respectivamente, em comparação com o ambiente externo. Já o balde de água não mostrou variação expressiva. 

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Melhor do que nada

Lehoczki explica que, apesar dessas “gambiarras” funcionarem em baixa escala comparadas com os aparelhos tecnológicos, ainda sim são uma ajuda para dias secos, e qualquer vapor de água é bem-vindo nesses momentos. 

“Todas elas vão ter um benefício, lógico que a melhor é o umidificador, porque você vai ter uma quantidade maior de vapor sendo liberado no ambiente e aí na sequência a toalha, uma capacidade muito menor de trazer umidade para o ambiente, mas sempre é melhor do que nada.”

Outra dúvida que surge em épocas de seca é se tudo bem manter o umidificador ligado a noite inteira. A médica explica que “não tem problema, desde que você deixe esse umidificador longe da cama, móveis e cortinas, para você não ficar com aquele material, seja tecido, seja madeira, úmidos”. Ninguém quer mofo, não é.

“E as plantas da minha casa?”

Ao contrário do que muitos acreditam, a ideia de que uma casa verdinha, cheia de plantas vai ajudar a purificar o ar é fake. Uma pesquisa conduzida pela NASA revelou que é necessário um número exorbitante de plantas para diluir a concentração de poluentes e melhorar de fato a qualidade do oxigênio. Se o objetivo é respirar um ar melhor, o caminho é deixar as janelas abertas – por mais kamikaze que isso pareça no momento. Você pode entender mais sobre esse estudo aqui.

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Lavagem nasal e hidratação

 Lehoczki ressalta ainda que o melhor método para dias secos é a lavagem nasal: “sempre o que vai ser mais eficaz é a lavagem nasal com soro fisiológico, seja em dispositivos de aerosol ou conta-gotas. Tudo é válido para recuperar um pouco dessa hidratação do nariz.”

Além disso, ela reforça a importância de beber bastante água neste período, “não adianta a gente pensar em ter o nariz úmido só através da lavagem ou do umidificador, a gente precisa tomar água, porque se o corpo da gente também não está hidratado, não tem de onde puxar a umidade para o nariz”.

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